Romário com a bandeira para fora do Avião em 1994 (Foto: Pinterest)
Completando 93 anos de fundação neste dia 7 de maio, a Viação Aérea Rio-Grandense, a famosa Varig, foi, enquanto estava ativa, a maior companhia aérea da América do Sul. Famosa pelo luxo e pela suas rotas, a "Estrela Brasileira no Céu Azul" sempre andou ao lado de instituições de fama, desde o governo brasileiro até diversos clubes de futebol. Além disso, havia um parceiro mais famoso ainda: a Seleção Brasileira, transportada pela Varig nos títulos de 1970, 1994 e 2002, com Romário criando um gesto famoso, em 1994. Na verdade, a empresa transportou os Canarinhos entre 1966 e 2006.
A história da Varig com os títulos de Copa do Mundo do Brasil começa com o histórico time de 1970. Era apenas a segunda copa em que a Varig fazia o transporte dos atletas da Seleção Canarinho. Na época, apesar do fretamento, ainda não havia uma pintura personalizada nos aviões que transportavam os brasucas. No tricampeonato, o modelo que acomodou os atletas foi um Boeing 707. Obviamente, por serem outros tempos, poucas fotos restam da época.
Já em 1994, o Douglas DC-10 que transportou a Seleção não só era fretado como tinha uma pintura personalizada. Esse voo ficou famoso por um motivo meio "bizarro" e que gerou um apelido engraçado: o voo da muamba. Uma matéria veiculada na época detalhou os "presentes" trazidos por jogadores, comissão técnica e dirigentes. As "muambas" aliás, geraram um escândalo político, já que as compras excederam por muito o limite da Receita Federal, porém a fiscalização "deixou passar" e o resultado foi que a repercussão causou o pedido de demissão de Osíris Lopes Filho, secretário do órgão na época.
Na chegada no Aeroporto de Guararapes, em Recife, local escolhido devido a uma espécie de agradecimento ao apoio recebido pela seleção no jogo diante da Bolívia nas eliminatórias, ocorreu um gesto que ficaria famoso na história. Ao estar em segurança no solo e já com a aeronave parando, o baixinho e craque daquele time Romário entrou na cabine de comando do piloto e abriu uma das janelas do avião para estender uma bandeira brasileira. O gesto, capturado em fotografias, ficou eternizado e seria repetido alguns anos depois.
Cafu repete Romário em 2002
Depois de falhar na busca pelo penta em 2002, a "Pátria de Chuteiras" foi até o outro lado do mundo e conquistou a taça jogando em terras coreanas e japonesas. Na volta, ao aterrissar em Brasília, a bordo de um Boeing 767, Cafu e Felipão repetiram o gesto de Romário e saíram a janela com bandeiras brasileiras, pouco antes do desembarque dos jogadores e obviamente com o avião já a uma velocidade reduzida.
Em 2006, já com a Varig sofrendo consequências da crise que decretaria seu fim, a Seleção Brasileira foi levada pela empresa pela última vez para uma Copa do Mundo. Pouco depois do fim da competição, em 20 de julho, foi iniciado o processo de recuperação judicial da Varig. Numa situação que se estendeu por longos anos e finalmente teve fim em 2009, a Varig chegou ao seu final ao não conseguir honrar dividas adquiridas ao longo de anos de más administrações. Ficou a memória da empresa, que deixou saudade no meio da aviação, mas que também foi engolida pelos novos tempos e pela bem vinda redução dos custos de passagens aéreas.
Fica agora também o questionamento de quando veremos outro voo de uma Seleção Brasileira voltando de um título mundial. Não há mais uma empresa fixa para os vôos dos brasucas, mas geralmente as aeronaves são personalizadas pela companhia escolhida. Fica também a pergunta se os jogadores poderiam repetir o gesto de sair da janela com a bandeira, já que hoje os protocolos de segurança são mais rígidos do que eram em 2002. O fato é que seja a Varig, sejam as bandeiras na volta de um título, são símbolos de tempos nostálgicos para muitos, mas que não voltam mais.
Saudades da Varig, Saudades dos Craques e ídolos, tempos modernos
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