Foto: arquivo
Colaboração: João Paulo Afonso
Rivellino no único jogo em que atuou pelo São Paulo
O título não está errado. Foi apenas um jogo, mas a história é real. Em 22 de setembro de 1981, Roberto Rivellino, um dos maiores jogadores da história do Corinthians, atuou pelo São Paulo em um amistoso no Morumbi contra a Arábia Saudita, onde o tricolor venceu por 5 a 1. Porém, esta história não foi para frente por conta de um clube do mesmo país.
A historia do Rivellino tricolor começou em maio daquele ano. O "ex-Reizinho do Parque" teve o vínculo com o Al-Hilal, clube que ele foi defender em 1979, depois da passagem pelo Fluminense, findado. Como o jogador teve problemas com o presidente da agremiação, o príncipe Kaled, ele não quis renovar o contrato, voltou ao Brasil e chegou até anunciar o fim da carreira.
Mas, com 35 anos, ele imaginava que poderia ainda mostrar o seu talento nos gramados. E foi assim que começou as conversas com o São Paulo, já que treinava no clube social do Tricolor, pois, na época morava próximo às instalações do Clube da Fé.
Naturalmente, Rivellino e os dirigentes são-paulinos da época se aproximaram e surgiu a ideia de ele vestir a camisa do clube. Mas havia um grande obstáculo: Riva ainda tinha ligações contratuais com os sauditas, que não iriam facilitar a transferência. Vale ressaltar que na época existia a Lei do Passe e os jogadores, mesmo sem contrato, ficavam presos ao clube. Como o jogador saiu brigado do Al-Hilal, o time saudita não facilitou a sua liberação.
Então, para tentar sensibilizar o príncipe Kaled, o São Paulo teve uma ideia: marcar um amistoso, no Morumbi, contra a Seleção da Arábia Saudita, que tinha como treinador Rubens Minelli, campeão brasileiro com o Tricolor em 1977.
Era uma fria noite de terça-feira e apenas 2.522 pessoas testemunharam Rivellino com a camisa listrada do São Paulo. O SBT também transmitiu ao vivo. A Arábia Saudita não ofereceu nenhuma resistência e acabou goleada por 5 a 1. Apesar de estar sem ritmo e não ter deixado o seu golzinho, Riva mostrou muita classe e elegância. “Rivelino, ainda um grande futebol”, estampou o Estadão, no dia seguinte ao jogo – ver abaixo.
No fim, a diretoria do São Paulo não dobrou o príncipe e a história de Rivellino no clube durou apenas uma efêmera noite. Ele penduraria definitivamente as chuteiras tempos depois. Alguns anos mais tarde, se tornaria comentarista e também brilharia na seleção brasileira de Masters de Luciano do Valle.
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