Em meio ao coronavírus, K-League começa com portões fechados

Por Lucas Paes
Foto: AFP

Campeonato Coreano teve início nesta sexta-feira

Em meio a uma pandemia que fez o mundo parar, o futebol não conseguiu escapar da equação e viu diversos campeonatos ficarem paralisados. Em alguns locais, porém, por motivos culturais ou por ações rápidas, o coronavírus teve impactos muito menores. Um dos países em que a situação foi bem controlada foi a Coréia do Sul, que com isso iniciou a sua liga nacional, a K-League, que iniciou seus jogos na última sexta-feira, dia 8.

Claro que o campeonato não se inicia sem prevenções. Num país onde culturalmente qualquer resfriado já vira motivo para uso de máscaras, somando-se a ações rápidas e eficientes do governo, a COVID-19 conseguiu ser minimamente controlada. Porém, os estádios ainda seguem com portões fechados e diversos dos profissionais envolvidos devem usar máscaras e luvas. Há a orientação até para a contenção em comemoração de gols, evitando abraços, em um futebol no mínimo diferente do que era.

O primeiro jogo, na sexta-feira, envolveu o atual campeão, o Jeonbuk Hyunday Motors contra o Suwon Bluewings. Jogando em casa, no Jeobunk World Cup Stadium, o atual campeão venceu pelo placar mínimo, com um gol de Lee Dong-Gook, que é o maior artilheiro da história da K-League. No Jeonbuk joga o brasileiro Murilo, que se destacou jogando a Série B do ano passado pelo Botafogo de Ribeirão Preto e acabou contratado pelo campeão sul-coreano. 

Obviamente não foi só o campeão que jogou. No sábado, o Ulsan Morang jogou em casa e goleou o Sangju Sangmu por 4 a 0, com dois gols do brasileiro Junior Negão, que já joga há terras sul-coreanas. O resultado compensou a falta de gols do duelo entre Icheon United e Daegu. O Seongnam, que já foi casa do colombiano Molina, de boa passagem pelo Santos, venceu o Gwangju fora de casa, no último jogo no sábado.

Já neste domingo, tivemos dois duelos. O tradicional Pohang Steelers venceu o Busan Park por 2 a 0, jogando em seus domínios, enquanto o Gangwon bateu o Seul FC por 3 a 1, também em casa. Os resultados colocaram o Ulsan na liderança, obviamente, mas com uma rodada o campeonato apenas tem seu início, sendo complicado fazer quaisquer previsões neste momento, por motivos óbvios. Em relação a transmissão, a K-League aproveitou o momento para fechar acordos com diversos países do mundo, desde a Austrália, com televisão mesmo, até streamings na Inglaterra. Até o momento, não temos nenhuma novidade de transmissão para o Brasil.


A K-League funciona da seguinte forma: primeiro, todos os 12 clubes jogam todos contra todos em três turnos que acabam definindo a classificação final da primeira fase da competição. A partir disso, as equipes que ficam entre o primeiro e o sexto lugar entram na disputa pelo título, enquanto os seis últimos disputam para escapar do rebaixamento, num torneio onde desce um clube de maneira direta e um disputa um playoff contra o vice-campeão da K-League 2. A partir daí, os seis clubes em cada disputa jogam todos contra todos em um turno. O campeão será quem somar mais pontos ao longo das duas disputas.

A K-League está estabelecida desde 1983, sendo que os times são geralmente fundados por empresas locais. Seongnam e Jeonbuk são os maiores campeões com 7 títulos cada um. Além deles, temos o Seul FC com 6 títulos, Pohang Steelers com 5, Suwon Samsung Bluewings e Busan Park com 4, Ulsan Hyunday com 2 e Jeju United e Hallelujah FC com um título cada um. O Hallelujah foi dissolvido em 1998. 
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