Por Victor de Andrade
Foto: Tassio Marcelo / Agência Estado
Naquele momento, Dener defendia o Vasco, cedido por empréstimo pela Portuguesa
Neste 18 de abril de 2020 está completando 26 anos do falecimento de um dos maiores talentos que surgiu no futebol brasileiro nos anos 90: Dener! O seu óbito veio em um acidente de carro, próximo à Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, quando defendia o Vasco da Gama, cedido pro empréstimo pela Portuguesa, em um período muito próximo à Copa do Mundo de 1994, que foi realizada nos Estados Unidos e o Brasil foi campeão. Aí vem a pergunta: O craque estava cotado para disputar o Mundial?
É muito difícil dar esta resposta, pois ninguém sabe com 100% de certeza o que Parreira pensava sobre o jogador. Porém, pelas atitudes e convocações dele, o mais provável é que o treinador da Seleção Brasileira naquele momento não pensava no nome de Dener entre os 22 convocados (sim, a primeira Copa onde pôde chamar 23 nomes foi em 2002) para o torneio. E vamos explicar o porque.
Primeiramente, desde quando Carlos Alberto Parreira assumiu pela segunda vez o posto de treinador da "amarelinha", estreando em 30 de outubro de 1991, em uma vitória por 3 a 1 sobre a Iugoslávia, em amistoso realizado em Varginha, ele nunca convocou Dener. É isto mesmo! Pela Seleção Principal, o eterno camisa 10 da Lusa só foi chamado por Paulo Roberto Falcão, o antecessor de Parreira, e entrou no decorrer de apenas duas partidas: no empate em 3 a 3 com a Argentina, em Buenos Aires, em 27 de março de 1991, e na vitória por 3 a 0 sobre a Bulgária, em Uberlândia, no dia 28 de maio do mesmo ano.
Alem disto, Parreira ficou com uma imagem negativa do jogador quando ele defendeu a Seleção Sub-23, que foi dirigida por Ernesto Paulo, no Pré-Olímpico realizado no Paraguai em 1992. O Brasil caiu na primeira fase, não conquistando a vaga para os Jogos de Barcelona, e Dener não foi bem na competição, chegando a ir para o banco na última partida, um empate contra a Venezuela.
Muitos falam que a vaga que foi de Viola na Copa do Mundo era de Dener. Como descrevi acima, não dá para cravar com 100% de certeza de que Parreira não o levaria, mas pelos nomes que vinham sendo chamados, é bem provável que Dener não era este escolha. Durante a Copa América de 1993, quando Parreira levou um time alternativo, o "Reizinho do Canindé" não foi lembrado e o treinador convocou nomes como Palhinha, Müller, Edmundo, Almir e Viola.
Já para as Eliminatórias da Copa, realizadas por completo após a Copa América, além dos nomes conhecidos, como Bebeto e Romário (que só chegou para o último jogo), além de alguns dos já citados da Copa América, nomes como os de Evair e Valdeir, o The Flash, foram lembrados. Dener também ficou de fora.
Já nos amistosos pós Eliminatórias até as convocações antes do falecimento de Dener, outros atletas foram lembrados, como Rivaldo e Ronaldo. Aliás, um amistoso contra o Paris Saint-Germain, em 20 de abril, dois dias após a morte dele, mas com a convocação anterior ao falecimento, que terminou em 0 a 0, atuações ruins de Rivaldo e Edmundo afastaram as chances dos dois de irem à Copa. Como já foi citado antes, Dener, mesmo em um belo momento no Vasco, sequer foi convocado para ficar no banco.
Havia pressão dos torcedores e dos cronistas esportivos para convocá-lo? Sim, mas não era algo muito forte. Uma pesquisa realizada pelo Ibobe, publicada na Placar número 1.093, em abril de 1994, antes do acidente, o colocou entre os 22 da "Seleção do Povo". Porém, Dener foi apenas o 21º nome mais lembrado, com 28%, ficando apenas à frente de Ronaldo, o 22º, que havia estreado profissionalmente a menos de um ano, mas que fez um Brasileiro de 1993 muito bom, que teve um ponto percentual a menos.
Com todos estes dados, pode-se até afirmar que Dener, caso estivesse vivo, merecia estar entre os convocados para a Copa do Mundo de 1994, pela "bola" que estava jogando, e eu me incluo nesta lista. Porém, não dá para afirmar que ele estava entre os cotados de ser um dos 22 no Mundial, até porque Carlos Alberto Parreira não o convocava.
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