Dener e o fracasso com a Seleção Olímpica

Foto: O Globo

Dener, pela Seleção Olímpica, enfrentando a Argentina: fora dos Jogos em Barcelona

Dener Augusto de Souza foi um dos grandes talentos da história do futebol brasileiro. Nascido em São Paulo, em 2 de abril de 1971, e falecido precocemente com 24 anos, em um acidente de carro em 1994, ele sempre encheu os olhos dos torcedores da Portuguesa, Grêmio e Vasco, times que defendeu, e de seus adversário. Porém, Dener tem, digamos um fracasso na carreira: a não classificação da Seleção Brasileira para o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de 1992, realizados em Barcelona.

A história de Dener com a "amarelinha" começa antes com o time principal do que o Sub-23. Tudo porque Paulo Roberto Falcão convocou e o colocou em campo no dia 27 de março de 1991, em um amistoso contra a Argentina, em Buenos Aires, que terminou empatado em 3 a 3. Quase dois meses depois, em 25 de maio, ele entra novamente em um jogo da Seleção, contra a Bulgária, em Uberlândia, uma vitória por 3 a 0. Falcão cai ao perder a Copa América (onde Dener não é chamado) e Carlos Alberto Parreira não lembra mais o nome do "Reizinho do Canindé".

Se Parreira não o convoca mais, o treinador da Seleção Brasileira Sub-23, Ernesto Paulo, passa a chamar o camisa 10 da Lusa. Então, ele participa de uma série de cinco amistosos, entre o segundo semestre de 1991 e o início de 1992, em preparação para o Pré-Olímpico, que seria realizado no Paraguai. O saldo nos amistosos não foi lá muito satisfatório, deixando a entender o porque na frente não deu certo. Foram duas vitórias, contra Uruguai (2 a 0) e Estados Unidos (3 a 0), e três derrotas, sendo duas para a Argentina (2 a 1 e 1 a 0) e em um outro jogo contra a Celeste (3 a 0).

A estreia da Seleção Brasileira no Grupo A da primeira fase do Pré-Olímpico foi em 1º de fevereiro, contra o Peru, no Defensores del Chaco. O time brasileiro era cheio de jogadores que virariam grandes estrelas: Cafu, Roberto Carlos, Marcio Santos, Marcelinho Carioca, Élber, entre outros. Contra os peruanos, vitória por 2 a 1.

No segundo jogo, dois dias depois, uma difícil 'parada' contra os donos da casa. Em um jogo complicado, o Brasil venceu pelo placar de 1 a 0, gol de Marcio Santos. Porém, no fim do jogo, o clima hostil transformou-se em uma verdadeira guerra: vários objetos foram jogados no gramado e uma pedra acertou a cabeça de Elivelton.

O acontecido deixou a equipe brasileira nervosa e o time entrou atônito para enfrentar a Colômbia, no dia 5 de fevereiro. A Seleção atuou mal e perdeu para a Colômbia, no Defensores del Chaco, por 2 a 0, e as críticas foram e cima de um dos jogadores que mais se esperava: Dener. Nem a folga na quarta rodada deu calma ao elenco, que ainda viu o Paraguai abrir bom saldo ao golear o Peru por 7 a 1.


Mesmo com um belo saldo, uma vitória simples contra a Venezuela, no dia 10 de fevereiro, colocaria o Brasil no quadrangular decisivo, onde seria a briga final pelas duas vagas olímpicas. Porém, ainda no primeiro tempo, a Vinho Tinto abriu o marcador com Edson Rodríguez. Elivelton até empatou o jogo, mas o placar ficou no 1 a 1.

Os brasileiros ainda teriam que torcer por uma vitória da já classificada Colômbia sobre o Paraguai, mas as duas equipes empataram em 0 a 0 e avançaram para o quadrangular final, onde ficaram na frente de Uruguai e Equador e 'carimbaram o passaporte' para Barcelona. Já a Seleção Brasileira foi alvo de muitas críticas, principalmente Dener, que era um dos jogadores que mais se esperavam, e aquele 10 de fevereiro foi o último dia que o "Reizinho do Canindé" vestiu a "amarelinha".
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