El Pibe de Oro: o melhor que viu jogar para André Louro
Ontem,
escrevi sobre os 10 melhores times de futebol que vi jogar para o
site O Curioso do Futebol e logo em seguida fui desafiado pelo
jornalista Victor de Andrade, editor do veículo, a escrever sobre os 10 melhores jogadores
que vi jogar. Desafio aceito.
Considerando
que nasci em 1975, falo a respeito dos últimos 40 anos e mesmo
assim, desde já, peço todas as escusas e perdões pelo cometimento
de enormes injustiças, às quais, certamente esteja cometendo, até
porque escolher é perder.
Na
esteira das desculpas, inicio dando uma notícia que explica muitas
de minhas escolhas. Sou flamenguista e sendo assim o nome Zico
representa muita mais do que um grande jogador de futebol. É quase
uma religião e, portanto, não seria nada estranho imaginar que o
primeiro de minha lista fosse o Galinho de Quintino, mas tive a sorte
de assistir Dom Diego Armando Maradona e não seria justo com minhas
lembranças e mesmo com o que penso sobre o futebol se deixasse de
relacionar o craque argentino como o número 1 de minha lista. El
Pibe de Oro, para além de ser, de longe, o mais hábil futebolista
que talvez tenha existido, tinha muita garra, força, vontade,
velocidade e muito, mas muito sangue nos olhos. Minhas melhores
lembranças de garoto, a teor do bom futebol jogado no mundo foi ter
a oportunidade de assistir ao campeonato italiano, aos domingos, no
Show do Esporte de Luciano do Valle, numa época em que o Napoli de
Diego não resistia à poderosa Juventus, Milan e Internazionale de
Milão, especialmente, mas para os amantes do esporte, a cereja do
bolo era assistir aquele Napoli dos amigos Maradona e Antonio Careca,
quem, por tantos anos vestiu a 9 amarelinha. Era simplesmente
fantástico.
Em
segundo lugar, portanto, evidente que relaciono o Galo. Zico jogou
demais por àquela equipe exuberante do Flamengo dos anos 80 e por
uma seleção que não jogava futebol. Eles se apresentavam. Naquela
Copa do Mundo de 1982 o mundo chorou a desclassificação daquela que
foi, sem sobra de dúvidas a melhor seleção que vi jogar, onde
Valdir Peres no gol e Serginho Chulapa no comando do ataque destoavam
tecnicamente, mesmo sendo grandes jogadores. Jogavam por música,
Falcão, Rei de Roma, Sócrates, Zico e Éder na linha do meio campo
com o ataque. Esse grupo tinha Zico como liderança técnica, mesmo
porque o capitão e a voz do grupo era o Dr. Sócrates, de quem
falarei mais adiante. Zico, a exemplo de Maradona, tinha todos os
golpes, chutava de todos os lados, cabeceava, batia faltas como
poucos ou como nenhum outro, armava, concluía, enfim, craque
completo, aliás, não seria nada injusto se relacionasse Zico em
primeiro lugar utilizando o método Pepe de análise. Como todos
sabem, Seo Pepe, o Canhão da Vila diz a todos ter sido o maior
artilheiro da história do Santos futebol Clube com 405 gols
marcados, uma vez que só perde para Pelé que marcou 763 pelo Clube
da Vila Belmiro, já que em sua visão só vale considerar os humanos
e Pelé é um extraterrestre. Penso que o mesmo caberia por aqui em
relação a Maradona porque só assim conseguiria eleger o craque
flamenguista em primeiro lugar.
Na
terceira posição, Michel Platini. A classe, a técnica, o olhar
muito além dos demais fizeram do francês tanto na Juventus como na
seleção francesa um jogador fantástico, um fora de série, aliás,
os craques da Juventus me presentearam com duas das piores
recordações de Copas do Mundo, 1982 e 1986, Paolo Rossi e Michel
Platini, com as desclassificações do Brasil pra Itália e França,
respectivamente, em jogos indigeríveis. Tempos depois, outro craque
da Juventus jogando pela França repetiria tal façanha, Zinedine
Zidane na Copa de 1998, quando era inimaginável que a seleção
brasileira do craque Ronaldo caísse para a França de Zizu e
companhia.
Em quarto
lugar, Romário, o gênio da grande área, como bem definiu Hendrik
Johannes Cruijff, a quem só assisti jogar por vídeos, razão pela
qual não está nessa lista dos 10 maiores. O Baixinho, hoje senador
da República, em campo, fazia gols de todo jeito. Foi o maior
goleador que assisti. Tinha excelente técnica, mas gostava de fazer
gols mais do que qualquer outro jogador e sabia fazer como ninguém
soube e por isso é o quarto de minha lista, seguido de perto por
Ronaldo Nazário, Fenômeno, talvez o jogador de futebol que mais
tenha se aproximado de Pelé em razão de ser um jogador,
efetivamente, completo e com mais força que os demais, mais
velocidade, mais técnica, faro de gol. Enfim, Ronaldo só não foi
maior devido às contusões que lhe roubaram boa parte da carreira.
Em sexto
lugar, Lionel Messi. Se alguém me contestar dizendo que ele seria o
primeiro da lista não discutirei. Por mais de uma década, o
argentino do Barcelona se mantém num patamar absurdo. É outro que
detém todos os instrumentos, todas as armas e impõe sua condição
de fora de série. Talvez lhe falte o sangue nos olhos de Maradona ou
a classe de Michel Platini ou ainda, o carisma de Zico, mas
definitivamente Messi, juntamente com Cristiano Ronaldo são os
grandes craques de uma geração. E, sendo assim, não seria justo se
o sétimo lugar nessa lista, ou seja, logo ao lado de Messi, não
fosse ocupado por ele, o gajo Ronaldo.
O
português, certamente é o maior atleta de todos, disciplinado e
dono de uma carreira impecável. Mesmo sem a habilidade ou o dom dos
demais em pentear a bola ou produzir jogadas de efeito raras, é
matador, é impositivo e não deixa de ser genial marcando gols de
todos as formas e sendo o comandante de um Real Madri mais dominante
de todos os tempos, levando uma seleção portuguesa ao topo, como
campeã da uma Eurocopa, façanha que poucos poderiam crer e aos 35
anos de idade, no melhor de sua forma física fazendo da Juventus de
Turim ainda maior e mais dominante do que já era. CR7 é daqueles
futebolistas que joga para a equipe, lidera como poucos e destaca
individualmente indiscutivelmente. Um jogador bestial.
Na oitava
posição outro francês, aliás, já mencionado, Zinedine Zidane,
para muitos, o maior jogador de sua geração. O atual técnico do
Real Madri desfilava seu futebol com muita classe, sem deixar de lado
muita força no pé de ferro aliada à sua singular habilidade e
visão de jogo. Vilão do povo brasileiro por sua atuação impecável
na Copa de 98, Zidane jogava de terno. Na nona posição, relaciono
Ronaldinho Gaúcho, o Bruxo, nos anos de 2004 e 2005 jogou um futebol
tão superior a qualquer outro jogador no planeta que se tivesse
jogado por mais tempo nesse nível, certamente seria relacionado
muito mais acima. O R10 foi o jogador que mais se aproximou de Diego
Maradona. Encantou o mundo e depois resolveu curtir, diminuindo assim
a importância da carreira em relação aos demais prazeres da vida.
Ronaldinho jogou um outro jogo. Ele se apresentava, dava espetáculo
e foi ídolo e referência de Lionel Messi e tantos outros craques,
representando sua passagem por Barcelona, um divisor de águas na
história do catalão.
Em décimo
lugar, Sócrates. Jogava fácil. Fazia parecer ser fácil a arte do
futebol. Se Zidane jogava de terno, Magrão jogava de smoking, de
fraque. Tinha a classe de um Lorde em campo e fora dele falava a
língua do povo, cujo bem estar era sua maior preocupação. Defendeu
a liberdade de expressão e a democracia numa época em que tais
defesas implicava em mortes e desaparecimentos. Discursou sobre a
igualdade e foi muito mais do que um jogador de futebol. Foi o grande
nome da Democracia Corinthiana e um dos grandes defensores do
movimento Diretas Já no final do Regime Militar, no Brasil.
Sócrates Brasileiro rompeu fronteiras. Deu um calcanhar na
ignorância, formou-se médico e foi um dos maiores jogadores de
futebol da história, mesmo sem ser atleta. Bebia, fumava, tinha uma
vida bastante desregrada, mas em campo era o Doutor Sócrates do
Botafogo de Ribeirão Preto, do Corinthians, da Fiorentina, do
Flamengo, do Santos, da Seleção Brasileira. E, como cidadão, como
pensador, como ser humano, eu o relacionaria em primeiro dessa lista,
deixando os demais muito distantes, data máxima vênia.
Estão aí
meus 10 maiores da história.
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