Foto: Arquivo Lusa
Com informações do Acervo da Bola
Badeco e a taça de campeão paulista de 1973
Está completando 75 anos neste 15 de março de 2020 um dos maiores jogadores da história da Lusa, que muitas vezes faz parte de eleições da Seleção História da Portuguesa. Ivan Manoel de Oliveira, o Badeco, foi um volante de muita técnica e capitão rubro-verde na conquista do título paulista de 1973.
Nascido em Joinville, em Santa Catarina, Badeco começou no América de sua cidade natal. Em 1967, veio para São Paulo, fazer um teste no Corinthians. Até foi aprovado, mas foi utilizado apenas em dois amistosos. No ano seguinte, sem muitas perspectivas no Timão, aproveitou um chamado e foi para outro America, o do Rio de Janeiro, que era treinado por Zizinho, o mestre Ziza.
No Mecão, começou a se destacar e fez boas temporadas pelo time carioca. Isto fez chamar a atenção de várias equipes e em 1973, a Portuguesa de Desportos desembolsou Cr$ 600 mil pelo jogador. Ele foi um pedido de Oto Glória, que estava na Lusa e já o conhecia do período em que dirigiu o America.
Badeco chegou ao Canindé como um dos principais reforços para a reformulação do elenco em meio à famosa e histórica “Noite do Galo Bravo”. Na ocasião, irritado com a má campanha do time, o então presidente Oswaldo Teixeira Duarte decidiu demitir Hector Silva, Lorico, Marinho Peres, Piau, Ratinho e Samarone.
Em seus primeiros meses no Canindé, Badeco encontrou dificuldades em sua adaptação, principalmente em razão da diferença no estilo de jogo praticado entre cariocas e paulistas. Porém, aos poucos foi ganhando espaço e virou titular. O volante foi um dos pilares da equipe que conquistou a Taça São Paulo, um torneio realizado entre os turnos do Paulistão.
A conquista do torneio de meio de temporada deu ânimo à Lusa, que começou mal o Paulista de 1973. Badeco ganhou tanta força no elenco que recebeu a faixa de capitão. A Portuguesa cresceu tanto que chegou à final contra o Santos. Com empates sem gols no tempo normal e na prorrogação, a partida decisiva do campeonato paulista de 1973 precisou ser definida nas penalidades máximas.
Armando Marques, árbitro da partida, errou na contagem das penalidades, dando vitória ao Santos, que comemorou o título. Porém, a ainda tinha possibilidades matemáticas de igualar o placar e provocar uma série de cobranças alternadas. Astuto, o técnico Otto Glória retirou seu time de campo e deixou o Morumbi, o que obrigou os mandatários da Federação Paulista de Futebol na inédita divisão do título. A taça foi entregue no Canindé, depois, e quem a levantou foi Badeco.
O volante ficou na Lusa até 1978 e ainda foi vice do Paulistão de 1975 e conquistou a Taça Governador do Estado de São Paulo de 1976. Depois de deixar a Lusa, ainda defendeu o Comercial de Campo Grande e o Juventude, encerrando a carreira em 1981.
Quando parou de jogar, resolveu ser "doutor". Formou-se em Direito e ainda passou em concurso para ser delegado da Polícia Federal. Hoje trabalha com crianças carentes e advogados recém-formados em uma cooperativa com a Prefeitura de São Paulo.
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