Por Diely Espíndola
Foto: Arquivo Histórico
As duas equipes posando para a foto juntas
O futebol latino americano é repleto de histórias clássicas, famosas e tradicionais sobre os grandes feitos dos clubes sudacas. Entre Libertadores, campeonatos nacionais, Copa Sul-Americana, muitos clubes se tornaram gigantes e protagonistas de campanhas que entraram para a história.
Um destes clubes é o Peñarol, o maior campeão do futebol uruguaio, e o segundo maior campeão nacional do mundo. A história do Peñarol é cheia de vitórias, mas a década de 60 foi uma das mais exitosas para o clube.
Já no primeiro ano da década, o Peñarol conquistou sua primeira Libertadores, e no ano seguinte garantiu o bicampeonato na competição. De 1960 à 1968, o clube se firmou como campeão uruguaio, e parecia não haver adversário à altura do Carbonero.
E foi em 1965, no auge desta grande fase do Peñarol, que o clube decidiu fazer uma excursão pelo Brasil. À época, era muito comum que os clubes com grandes elencos fizessem estes percursos por outros países a fim de divulgar seu nome, e angariar torcedores (e claro, dinheiro) fora de sua terra.
Chegando em terras brasileiras, o Peñarol se manteve imbatível. Venceu 15 clubes tupiniquins sem sustos, inclusive o poderoso Santos de Pelé. Mas o clube não imaginava que haveria um oponente à sua altura e que seria capaz de estremecer a invencibilidade que parecia não ter chances de ser abalada.
Enquanto o Peñarol colecionava títulos no Uruguai, o Paysandu por aqui não ficava atrás. Fazendo uma de suas melhores campanhas de todos os tempos, o clube se sagrou campeão Paraense nos anos de 1961,1962,1963,1965,1966,1967 e 1969, além de uma vitória contra a seleção da Romênia.
Confira o vídeo de Diely Espíndola no Briosa Esportiva
No dia 18 de julho de 1965, Paysandu e Peñarol entravam no gramado do Estádio da Curuzu, em Belém. E o Papão não se deixou intimidar pelo histórico do adversário, e conquistou a vitória histórica de 3 a 0 sobre o clube uruguaio, invicto há 15 partidas.
A vitória virou manchete pelo mundo afora, e acabou entrando para o hino popular do clube, com a frase “até o Peñarol veio aqui pra padecer”.
A vitória do Paysandu pegou não só a equipe do Peñarol de surpresa, como também sua torcida, imprensa, e apaixonados por futebol pelo Brasil, mas não deveria. Não era apenas o Peñarol que entrava em campo com uma pesada camisa no peito, e com o peso também da tradição, do respeito e de uma história de glórias. O Paysandu se mostrou um gigante em campo, representando não somente sua bandeira, mas também o futebol do Norte muitas vezes subestimado.
E foi assim que, sem o mesmo holofote, sem predileção, que o Papão conseguiu parar o imparável Peñarol.
Avante Papão!
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