A Libertadores segue sendo um pesadelo corintiano
Nem a
bonita história da primeira conquista da Libertadores pelo Corinthians, de
maneira invicta, lá no já distante ano de 2012, parece mudar a terrível sina
alvinegra com a competição continental. A Copa Libertadores da América em todos
os seus percalços segue sendo um pesadelo particular na vida do torcedor
corintiano. Um filme de terror de algozes conhecidos onde recentemente outro
vilão se fez presente como um Freddie Krueger, como um Voldemort, como um vilão
que parece morto e reaparece para matar o personagem principal. A competição
libertadora segue sendo uma prisão torturante para o Corinthians, mesmo depois
do fim da sina e o Guarani é apenas mais um dos vários algozes desse sofrimento.
A
partir do momento em que a competição continental passou a ter um peso maior
para o torcedor brasileiro, o que ocorreu em meados da década de 1990, ela foi
um pesadelo para o Corinthians. Já em 1991, numa era onde só Santos, Flamengo,
Grêmio e Cruzeiro haviam conquistado a competição no Brasil, o Timão conheceu
um time que consegue trazer lembranças maravilhosas e terríveis ao mesmo tempo,
um time que para outros brasileiros é um bicho papão impiedoso e voraz, o Boca
Juniors. Os argentinos impuseram a primeira eliminação no mata-mata continental
ao Corinthians, já que em 1977, em sua primeira participação, os tempos eram
outros e a competição era bem diferente. Ali começava a sina alvinegra com a
Libertadores.
Em
1999, já com o São Paulo tendo dois títulos continentais e com a Libertadores
cada vez mais assumindo um papel importante para os times brasileiros, veio o
primeiro de dois confrontos seguidos entre Corinthians e Palmeiras em “La
Copa”. O clássico de opostos históricos já tinha ocorrido na primeira fase e
voltou a acontecer no mata-mata. Com uma vitória para cada lado, a
classificação alviverde veio nos pênaltis. A campanha do arquirrival corintiano
terminaria com título e aí começou uma das “flautas” mais famosas do futebol
brasileiro: Libertadores, o Corinthians nunca viu (e nem vai ver). Pelo menos
assim versava a música.
No
ano seguinte, depois de uma campanha muito boa na primeira fase o Timão chegou
ao mata-mata com favoritismo e foi despachando seus adversários. Naquele ano, o
Alvinegro do Parque São Jorge tinha um dos melhores times de sua história, que
havia conquistado o primeiro Mundial de Clubes da FIFA em janeiro. Na
semifinal, o velho rival veio na face do Palmeiras. Dois jogos que se tornaram
um conto histórico, quase um marco Shakesperiano do futebol brasileiro. Depois
de dois jogos espetaculares, com um futebol excelente apresentado tanto por
corintianos como palmeirenses, a decisão foi para os pênaltis e neles a
tragédia caiu sobre as costas de Marcelinho Carioca, ídolo absoluto do Timão,
que teve seu pênalti decisivo defendido por Marcos. Vaga palmeirense.
De
tanto serem zoados pela não conquista da Libertadores, a competição virou uma
violenta obsessão corintiana. Em 2003 e 2006 surgiu o pesadelo River Plate, o
nome que era o grande algoz e grande pesadelo corintiano em campos
sul-americanos antes de 2012. Em 2003, a eliminação dolorosa foi até
relativamente bem digerida pelo torcedor, mas em 2006, depois de um
investimento absurdo da MSI e com um time muito forte que tinha entre outros
nomes caras como Tevez e Nilmar, a torcida corintiana se revoltou e causou uma
imensa confusão no Pacaembu, após a traumática derrota para os Millonarios nas
oitavas de final. A sensação era que a Libertadores não viria nunca.
Depois
disso, em anos negros, a Libertadores virou até devaneio para o corintiano, que
viu o seu time cair para série B, ter de se recuperar e só voltou a competição
em 2010. Naquela edição, o Timão fez boa campanha na primeira fase e acabou
eliminado pelo Flamengo nas oitavas de final, num episódio que doeu mais pela
derrota em si do que qualquer outra coisa. Naquele dia, os alvinegros lutaram
até a última gota de suor, mas a vaga não veio.
Porém, não foi. Se acabou a "neura" do torcedor corintiano com a competição, ela seguiu e segue sendo um drama. Em 2013, numa eliminatória onde, para dizer o mínimo, os corintianos foram absurdamente prejudicados pela arbitragem, veio uma eliminação para o mesmo Boca Juniors vencido em 2012. Dois anos depois, o Timão passou de maneira bonita pela pré-Libertadores e voou na primeira fase de 2015, com um time que parecia jogar por música, que venceu o rival São Paulo na primeira fase, parecia que o Guarani do Paraguai seria apenas uma vítima de outra linda história continental. Pois os aurinegros venceram o ótimo time de Tite duas vezes, por 2 a 0 e por 1 a 0 e se tornaram mais um pesadelo corintiano na competição.
Depois, o filme se repetiu nas oitavas de final em 2016, com o Nacional, do Uruguai. Dois anos depois, foi a vez do Colo-Colo. Uma escrita amarga seguia assombrando a Arena Corinthians, já que desde a conquista invicta de 2012, o Timão não vencia um mata-mata de Libertadores. Em 2020, um mata-mata, aliás, dois, seriam necessários para que o Alvinegro do Parque São Jorge chegasse a fase de grupos, onde se prenunciava um confronto com o Palmeiras. O adversário dessa primeira batalha? O velho conhecido Guarani, do Paraguai.
Depois, o filme se repetiu nas oitavas de final em 2016, com o Nacional, do Uruguai. Dois anos depois, foi a vez do Colo-Colo. Uma escrita amarga seguia assombrando a Arena Corinthians, já que desde a conquista invicta de 2012, o Timão não vencia um mata-mata de Libertadores. Em 2020, um mata-mata, aliás, dois, seriam necessários para que o Alvinegro do Parque São Jorge chegasse a fase de grupos, onde se prenunciava um confronto com o Palmeiras. O adversário dessa primeira batalha? O velho conhecido Guarani, do Paraguai.
Pois os aurinegros seguem sendo um pesadelo, outro dos fantasmas que assombram a saga libertadora do Corinthians. Depois de vencer por 1 a 0 no Paraguai, o Guarani viu os comandados de Tiago Nunes abrirem 2 a 0, mesmo jogando parte do primeiro tempo com um jogador a menos, na Arena Corinthians e encaminharem a vaga. Porém, como um eterno pesadelo, uma cobrança de falta de Fernandez deixou mais do que vivo o pesadelo corintiano. Uma incômoda escrita: desde que venceu a Libertadores, o Timão se classificou apenas contra o Once Caldas, em 2015, em confrontos eliminatórios na competição.
Boca Júniors, River Plate, Guarani do Paraguai e Palmeiras. Todos eles foram por mais de uma vez parte protagonista das terríveis noites vividas pelo torcedor corintiano na Libertadores. Outros como o Tolima, apareceram apenas uma vez para assombrar por muito tempo o Parque São Jorge. Qualquer pessoa que goste de futebol hoje consegue imaginar a curiosidade que paira dentro da imaginação da fiel torcida: até quando o sofrimento do Corinthians na Libertadores vai continuar? Quantos mais serão os algozes das noites de quarta e quinta-feira? Os fantasmas seguirão, em diversos sotaques e diversas nacionalidades, assombrando as noites de Libertadores do Parque São Jorge. Até quando o time do Parque São Jorge seguirá fracassando na Libertadores?
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