Foto: Gabriel Farias / FutRio
Atlético Carioca, que teve Acosta, e São José foram denunciados por manipulação de resultados
No último domingo, dia 26 de janeiro, o programa Esporte Espetacular, da Rede Globo de Televisão, apresentou uma longa reportagem denunciando um esquema de manipulação de resultados no Campeonato Carioca da Série C de 2019, o quarto estágio do futebol local. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ) suspendeu os envolvidos e seus respectivos clubes das atividades.
Baseado em investigações da Delegacia de Defraudações da Polícia Civíl e pelo Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor do Ministério Público do Rio de Janeiro (GAEDEST), a reportagem divulgou áudios e vídeos, mostrando, principalmente, o envolvimento de dirigentes e alguns jogadores de dois clubes que estavam no Grupo C da competição: Clube de Futebol São José e Esporte Clube Atlético Carioca.
A reportagem foi a fundo, mostrou vídeos dos jogos das duas equipes, apontando lances duvidosos. Também deixou claro quem seriam os suspeitos de estarem envolvidos no esquema. Tudo isto para que pessoas levassem vantagem em apostas que envolvem os resultados e até mesmo alguns dados estatísticos da partida, como número de escanteios.
Apesar da reportagem ter sido baseada na investigação do São José e Atlético Carioca, a própria polícia deixou claro que a investigação está indo além e que há indícios de que até oito ou nove clubes que participaram da competição podem estar envolvidos no esquema.
Com isto, a FFERJ resolveu suspender os dirigentes do São José e Atlético Carioca citados na reportagem, que são Adilson Faria de Souza; Maurício Pelegrini e Emerson Silvano da Silva, sócio administrador, diretor das categorias de base e investidor, todos do São José. Pelo Atlético Carioca, a entidade que rege o futebol do estado aplicou a decisão para Maicon Vilela e Thiago dos Santos Soeiro, presidente e auxiliar-técnico do clube, além das próprias agremiações.
Confira o trecho do documento divulgado pela entidade confirmando o ato:
A FFERJ resolve:
Decretar a SUSPENSÃO PREVENTIVA DESPORTIVA das pessoas naturais e jurídicas abaixo descritas. Suspensão esta que deve abranger todas as atividades relacionadas ao futebol dentro do chamado sistema FIFA:
1) Clube de Futebol São José (clube empresa com razão social: Itaperuna Empreendimentos Esportivos Ltda.);
2) Adilson Faria de Souza (Sócio Administrador do Clube de Futebol São José);
3) Maurício Pelegrini (Diretor das Categorias de Base do Clube de Futebol São José);
4) Emerson Silvano da Silva (Investidor do Clube de Futebol São José);
5) Esporte Clube Atlético Carioca (clube associativo);
6) Maicon da Silva Vilela (Presidente do Esporte Clube Atlético Carioca);
7) Thiago dos Santos Soeiro (Auxiliar Técnico do Esporte Clube Atlético Carioca).
Remeter expediente ao Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Estado do Rio de Janeiro (TJD/RJ) solicitando a ratificação da suspensão preventiva desportiva imposta, bem como a denúncia dos envolvidos e apuração sobre a existência de quaisquer outros agentes no episódio de manipulação de resultados noticiado.
Esclarecer que o Clube de Futebol São José e o Esporte Clube Atlético Carioca não possuem atletas registrados no momento, o que afasta a necessidade de liberação dos atletas em razão da suspensão preventiva desportiva ora aplicada. Esta resolução entra em vigor nesta data, revogadas as disposições em contrário.
As duas equipes estavam no Grupo C do Campeonato Carioca da Série C de 2019. O São José foi o quarto colocado na chave, com 10 pontos ganhos, e o Atlético Carioca foi o quinto e último colocado, fazendo apenas cinco pontos. As duas equipes foram eliminadas na primeira fase.
Outros casos - Vale ressaltar que a última divisão do Campeonato Carioca não é a única que teve escândalo de manipulação de resultados divulgado. Ainda no ano passado pelo Paulista da A3 e Sub-20, o Batatais foi envolvido em caso semelhante, chegando a ser julgado no TJD-SP e STJD e, apesar da punição em multa, foi suspenso apenas na Copa Paulista, voltando ao terceiro escalão do futebol do estado (onde estava) nesta temporada.
Um caso que ficou famoso no país foi em 2005, revelado pela Revista Veja, onde envolvia as elites do Campeonato Paulista e Brasileiro, conhecido como "Máfia do Apito", onde árbitros manipulava resultados. Em outros esportes há vários casos, sendo que o tenista brasileiro João Olavo de Souza, o Feijão, foi banido da sua modalidade no último sábado, dia 25, por manipulação de resultados.
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