Com informações do Santos FC
Foto: Agência Estado
Serginho Chulapa saindo para comemorar o gol contra o Corinthians
O Campeonato Paulista de 1984 voltou aos tempos dos pontos corridos, o que não ocorria desde 1972, e reviveu o tradicional Torneio Início. Pois o Santos venceu o Torneio Início e liderou o Paulista desde o começo, alcançando a última rodada com vantagem de um ponto sobre o Corinthians, que buscava o tricampeonato. Vale a pena reviver as circunstâncias da grande final.
O ambiente que cercou aquela decisão era favorável ao alvinegro da capital, considerado favorito pela maior parte dos jornalistas esportivos. O Santos, treinado por Carlos Castilho, parecia perder força na reta final. Nos últimos oito jogos tinha empatado cinco, todos por 0 a 0. Enquanto isso, o alvinegro da Capital se aproximava perigosamente e seria campeão com uma vitória naquele domingo de Morumbi lotado, 2 de dezembro de 1984.
Naquele que seria o último dos sete jogos entre ambos com mais de 100 mil torcedores, os dois alvinegros atraíram para o maior estádio de São Paulo 111.345 torcedores, dos quais 101.587 pagantes.
Buscando ao menos o empate para ser campeão, o Santos jogou com Rodolfo Rodriguez,Chiquinho, Márcio, Toninho Carlos e Toninho Oliveira (Gilberto); Dema, Paulo Isidoro, Humberto e Lino; Serginho Chulapa e Zé Sérgio (Mário Sérgio).
O Corinthians, treinado por Jair Picerni, atuou com Carlos, Édson, Juninho, Wagner e Wladimir; Biro-Biro, Dunga, Arturzinho (Paulo César) e Zenon; Lima e João Paulo. O árbitro foi José de Assis Aragão.
Até ali o Santos tinha 14 títulos paulistas, todos conquistados na era profissional do futebol, e já tinha sido duas vezes tricampeão estadual (1960/61/62 e 1967/68/69). O adversário tinha 11 títulos profissionais e 19 no total. Fora três vezes tricampeão, mas apenas uma na era profissional, iniciada em 1933.
A partida tinha muitos destaques, como o goleiro uruguaio Rodolfo Rodríguez, contratado no início daquele ano, o meio campo Paulo Isidoro e o atacante Serginho, que brigava pela artilharia do campeonato. O Santos contava, ainda, com outros jogadores que já tinham servido à Seleção Brasileira, casos dos zagueiros Márcio e Toninho Carlos, do volante Dema e do ponta-esquerda Zé Sérgio.
No adversário se sobressaíam o goleiro Carlos, o zagueiro Juninho, o lateral Wladimir, os jogadores de meio campo Dunga e Zenon e os atacantes Lima, também em busca da artilharia, e o ponta-esquerda João Paulo, ex-Santos.
No início da partida o alvinegro de São Paulo buscou atacar mais e conseguiu algumas oportunidades, mas logo o Santos passou a dominar e terminou a primeira etapa mais perto do gol. O script continuou o mesmo no segundo tempo. Rodolfo Rodríguez era a certeza de confiança no arco santista e Serginho continuava como o atacante santista mais perigoso.
Aos poucos, Humberto passou a perceber as brechas no lado direito da defesa adversária, justo aquele em que o Santos contava com o ágil e bom driblador Zé Sérgio. Por ali ambos fizeram uma jogada, duas, até que aos 27 minutos Humberto abriu outra bola longa para o ponteiro.
Zé Sérgio avançou, cortou, ficou frente a frente com o zagueiro Juninho e de repente tocou à sua esquerda, buscando Humberto. Este conseguiu cruzar, rasteiro, antes do calço de Juninho. A bola passou por todos, até pelo goleiro Carlos, que pulou atrasado, e ficou à mercê de Serginho, que só tocou para o gol, de esquerda, e já correu para festejar com a imensa torcida santista e com seus companheiros.
O gol, o único da decisão, tornou Serginho o artilheiro do Campeonato, com 16 gols, empatado com Chiquinho, do Botafogo de Ribeirão Preto. Além de segundo ataque mais positivo, com 54 gols, o Santos teve a defesa menos vazada, com apenas 19 gols, e o melhor saldo positivo, 35 gols. Enfim, um título justíssimo.
Como se sabe, só haveria um novo tricampeão paulista com o Alvinegro Praiano de Neymar, Ganso & Cia, em 2010/11/12. Depois do Paulista de 1984, o próximo título importante do Santos seria o Torneio Rio-São Paulo de 1997, seguido pela Copa Conmebol de 1998.
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