Quanta falta que faz um belo e eficiente drible no futebol

Por Lula Terras
Foto: Gazeta Press

Lances como o de Welington Cirino na final da Copa do Brasil estão cada vez mais raros

Um dos motivos de o futebol estar cada vez mais pobre em beleza e plasticidade, a meu ver, é a ausência da falta da ousadia dos jogadores, de praticar um de seus principais fundamentos, o drible, encanta torcedores. A arte do drible que nasce geralmente do raciocínio rápido de jogadores habilidosos perde apenas, em importância para o gol, que é a própria essência da modalidade esportiva mais querida em todo o planeta. 

Um dos motivos principais deve-se à nova leitura tática dos treinadores “modernos”, que preferem a troca de passes contínuos para aproveitar momentos de descuido do sistema defensivo dos adversários, para uma pontada final e a feitura do gol. Esse raciocínio favorece a utilização de atletas com maior facilidade de se adaptar ao tipo de jogo, e ficando, em segundo plano os mais habilidosos, individualmente, que podem oferecer riscos ao próprio sistema defensivo de seus times. 

Para justificar essa tese, basta uma pergunta simples. O leitor consegue lembrar quando e como foi o drible mais bonito que viu nesta temporada? Eu, que me lembre, aconteceu, na partida final da Copa do Brasil de 2019, realizada no Beira Rio, entre o Internacional de Porto Alegre e Atlético Paranaense. 

Naquela oportunidade, o resultado estava em 1 x 1, resultado que favorecia a equipe paranaense, por ter vencido em casa, por 1 x 0. No final do jogo o atacante Marcelo Cirino, com extrema habilidade e oportunismo se livrou de um defensor, com uma linda caneta, entrou na grande área e driblou outro zagueiro e tocou limpa para o atacante Rony fazer o gol da vitória e do título para os paranaenses. 

Essa carência nos trás à lembrança alguns nomes de jogadores, que fizeram história no futebol brasileiro e mundial, justamente pelo brilhantismo de suas jogadas individuais. Embora tenha visto jogar, já no final de carreira, o fabuloso Mané Garrincha é o maior exemplo de driblador, de todos os tempos. Sua habilidade com as pernas tortas o colocou, durante um bom tempo, como o principal rival de Pelé, como o melhor atleta de futebol do Mundo.


No Brasil também tivemos outros exemplos de dribladores espetaculares, como Jonas Eduardo Américo, ou simplesmente Edu que, por ser ambidestro, infernizava as defesas adversárias tanto pela ponta esquerda, como pela direita, jogando pelo Santos e Seleção Brasileira. Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, o falecido Denner, de Portuguesa Desportos e Vasco da Gama, entre outros. Entre os estrangeiros, o francês Zinedine Zidane, foi um dos maiores, que se tem notícia no futebol mundial. Segundo consta, um dos seus clássicos dribles consiste em parar a bola, com um pé e bater de calcanhar com o outro. Essa jogada ganhou o nome de Roleta/360/Girosflin, ou Roullete do Zidane, como também é conhecida. 

Buscando algumas referências pela Internet, foram encontradas, nada menos do que 12 tipos de dribles, como as pedaladas, caneta, elástico, lambreta, corte, corte elástico, drible do chinelo, drible do parafuso, drible da foca, roleta, remate de letra falso e elástico de letra. Para concluir, fica a torcida para que nós, amantes do bom futebol voltemos a ter a oportunidade de voltar a presenciar muitos dribles ao vivo ou pela televisão, e não, em revistas e jornais antigos, como acontece hoje.
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