O início de Don Elias Figueroa no Union de La Calera

Por Lucas Paes


Elias Figueroa Brander, mais conhecido como Figueroa e apelidado com razão de Don Elias é um dos maiores ídolos da história do Internacional de Porto Alegre e um dos maiores jogadores (se não o maior) da história do futebol chileno. Completando 73 anos nesta sexta-feira, dia 25, era em campo um zagueiro de categoria imensa e de um jogo maduro desde cedo. Se consagrou com a camisa colorada devido ao gol iluminado contra o Cruzeiro, na final do Brasileirão de 1975. Porém, muito antes disso teve um inicio promissor de carreira no Union de La Calera, onde deu seus primeiros passos como jogador.

Figueroa teve uma infância complicada no aspecto de sua saúde, vivendo com problemas respiratórios que quase o impediram de jogar futebol e tendo também que superar uma poliomelite que o fez ter de praticamente reaprender à andar. Porém, na adolescência seu futebol começou a fluir. Aos 15 anos, durante a Copa de 1962, quando estava na base do Santiago Wanderers, treinou contra o Brasil de Pelé, Garrincha e cia. Que usaria a equipe juvenil do Wanderers como um "sparring" nos treinamentos. Já na época ganhou diversos elogios dos brasucas devido a imposição física e a qualidade de seu jogo.

Mas, sua primeira chance como profissional viria apenas em 1964 e não no Wanderers. Ainda na base, o treinador argentino José Perez o colocou para jogar de zagueiro devido a falta de altura de sua defesa. Porém, a presença de Raul Sanchez na equipe impediu que Figueroa entrasse como profissional no Wanderers, sendo emprestado em 1964 ao Union de La Calera, onde finalmente estrearia.

Teve sua primeira atuação como profissional no dia 26 de abril de 1964. Seria naquela temporada que ganharia o apelido que o tornaria conhecido no futebol. A eterna alcunha seria colocada em um duelo entre Colo-Colo e Union, no Estádio Nacional de Santiago. Naquele dia, num triunfo do Union, o narrador de rádio Hernán Sólis ficou impressionado com a atuação de Figueroa, que com apenas 17 anos impôs um imenso domínio sobre o ataque alvinegro, dando canetas dentro de sua área e fazendo cortes de letra, além de interceptações de cabeça e desarmes. Exaltado, Solis disse que estavam frente a um garoto de 17 anos que jogava como um craque e que desde aquele dia não poderia mais deixar de chama-lo de Don Elias. 

Acabou que não durou muito na modesta equipe. Jogou 30 jogos com a camisa dos Cementeros antes de retornar ao Wanderers, no ano seguinte. Seria a partir de 1967, no Peñarol, onde se tornou ídolo e principalmente nos cinco anos de Inter que se tornaria uma lenda ainda maior do futebol sul-americano. Jogaria até o ano de 1982, quando encerrou a carreira no Colo-Colo, depois de 18 anos de bom futebol, todos eles vividos em canchas latinas.
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