O título argentino do técnico Osvaldo Brandão pelo Independiente em 1967

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo Independiente

Brandão é até hoje um nome inesquecível para a torcida do Rojo

Osvaldo Brandão foi um dos maiores treinadores que o Brasil já teve. Dono da marca de ser o técnico com mais jogos pelos rivais Corinthians e Palmeiras, tem diversas conquistas na carreira, incluindo o histórico Campeonato Paulista de 1977 pelo Timão, e títulos nacionais pelo Palmeiras. Entre seus feitos na carreira, Osvaldo conseguiu virar idolo de uma torcida argentina, de um dos maiores clubes do país, quando teve duas passagens pelo Independiente, a segunda de enorme sucesso.

Exigente e Austero, Osvaldo conseguia extrair muito de seus jogadores sem necessariamente ser um mago estrategista. Vendo suas qualidades, o Indpeendiente o contratou pela primeira vez em 1961. Ele ficou no clube de Avellaneda até 1963 e apesar de não ganhar nenhum título, formentou o caminho para a primeira "copa" do "Rey". Seria em 1967 que Brandão entraria para sempre na galeria de ídolos e para muitos dinvidades do Rojo.

Em 1967, houveram dois campeonatos argentinos, o Metropolitano, envolvendo apenas times de Buenos Aires e arredores, ganho pelo Estudiantes, torneio onde o Independiente fora eliminado pelo Racing, seu arquirrival. Já o Nacional envolvia os melhores times daquele torneio e campeões de outras províncias. Este foi o palco do que até hoje é uma das maiores campanhas de toda a história do futebol argentino, quando o Rojo não tomou conhecimento de ninguém e foi campeão com aproveitamento absurdo de pontos.

Osvaldo armava sua equipe no 4-2-4, num time que tinha como grandes destaques Luis Artime, Yazalde, Pastoriza e o lendário arqueiro Miguel Santoro. Se no primeiro semestre de 1967 nem tudo deu certo para os diabos, no segundo, num campeonato de turno único e pontos corridos com 15 times, o Independiente não tomou conhecimento de ninguém para conquistar o título.

O começo dos rojos foi absurdo, com 8 vitórias nos 8 primeiros jogos incluindo goleadas como 6 a 0 no Central Córdoba, 5 a 2 no Lánus, 3 a 0 no San Lorenzo, entre outras. A metade final do torneio teve a única derrota do time na competição, por 3 a 1 para o San Lorenzo. Vitórias contra Boca e River, este segundo em pleno Monumental de Nuñez, fizeram com que o Independiente basicamente dependesse de sí diante do Racing para ser campeão. Ai, veio talvez o maior jogo de Osvaldo Brandão com o Independiente, que o garantiu na galeria de imortais ídolos rojos.

Filme da campanha Roja

O Clássico de Avellaneda é desde sempre um pulsar de rivalidade absurda envolvendo os dois primeiros campeões da Libertadores na Argentina. Portanto, justamente no ano em que La Academia ganhou "La Copa", era impensável não vencer. O primeiro tempo sem gols deixou as coisas abertas, mas o segundo tempo foi um verdadeiro passeio dos homens de vermelho. Tarabini abriu a contagem a dois minutos, Artime marcou outros dois gols e garantiu a artilharia da competição e já no finalzinho Savoy fechou a histórica goleada e o título. A Argentina era vermelha.

Porém, Brandão, apesar dos apelos dos torcedores, não ficou. Voltou ao Brasil, para auxiliar na Seleção Brasileira. Abriu, porém, o caminho para Tim, que indicado por ele, que rejeitou diversas propostas portenhas, assumiu o San Lorenzo e ganhou o Campeonato Argentino, no caso o Metropolitano. Porém, mesmo com apenas um ano, o apelido de Maestro ficou e até hoje, Brandão é um dos maiores ídolos na casamata do Independiente. Sendo sempre lembrado pela torcida Roja.
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