Por Lula Terras
Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
Jorge Jesus já mostrou diferenças em seu trabalho
O brilhante trabalho desenvolvido pelo treinador argentino Jorge Sampaoli no Santos FC tem ocupado bastante espaço na imprensa esportiva brasileira. Nas redes sociais não é diferente, principalmente naquelas formadas por torcedores santistas, que vive em lua de mel com o treinador. A situação incomoda alguns treinadores nacionais, considerados de primeira linha, por trazer em seu currículo passagens por grandes clubes e títulos conquistados na carreira e tem encontrado eco em alguns jornalistas especializados, que fazem questão de expor sua preferência por profissionais locais. Porém, com a brilhante estreia do português Jorge Jesus pelo Flamengo, no Campeonato Brasileiro, com uma sonora goleada na equipe do Goiás, por 6 a 1, a situação tende a esquentar ainda mais, caso os bons resultados rubro negros tenham sequência.
Uma das reações que causou maior polêmica foi de Levir Culpi, que está desempregado, depois de uma passagem pelo Atlético Mineiro. Ele colocou a cara a bater, durante o programa Bem, amigos, do SporTV, ao defender a entrada de Jorge Sampaoli, que dirige o Santos, como o futuro treinador da Seleção Brasileira. Ele justificou, pelo fato do treinador ser argentino é tatuado e anda de bicicleta. Esse comentário, que pegou muito mal para ele, foi uma reação sobre o que ele considera ser uma valorização excessiva dos treinadores estrangeiros no país.
Também o treinador da Seleção, Tite, se mostrou incomodado com essa super valorização dos treinadores estrangeiro. Ele diz até que se coloca à disposição para debater com qualquer treinador top, que trabalha nos grandes centros futebolísticos do mundo, para discutir táticas de jogo e suas variantes.
Dá até para entender a contrariedade dos treinadores brazucas pela imensa dificuldade que eles encontram para entrar no mercado europeu. Uma das reclamações é que os cursos ministrados no Brasil não são reconhecidos pela Uefa, entidade que comanda o futebol europeu. Com isso, resta o mercado asiático e do mundo árabe, para eles.
Mesmo assim, não dá para engolir o fato de o futebol brasileiro, que já foi o melhor do Mundo, por muitos anos, nas quatro linhas, não teve a mesma sorte na formação de seus treinadores, principalmente, depois da fatídica derrota para a Itália, em 1982,durante o Campeonato Mundial disputado na Espanha. A partir dalí ficou a impressão que a prioridade passou a ser de jogar aos moldes europeus, de fortalecer o sistema defensivo e aproveitar os erros dos adversários para vencer.
Para concluir, nossos treinadores deveriam reclamar menos e estudar novas formas táticas, na busca de resgatar o verdadeiro futebol brasileiro, que valorizem o talento natural do atleta brasileiro, e parem de insistir no chamado futebol de resultados. Para ilustrar essa tese, lembro de uma declaração do melhor treinador do Mundo, na atualidade, o espanhol Pep Guardiola, que credita o sucesso de seu trabalho, ao futebol brasileiro, dos bons tempos. Ao trabalho.
0 comentários:
Postar um comentário