Flavio Hopp com a câmera e o notebook (foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)
Um dos fatores mais importantes para uma matéria qualquer é a foto. A imagem pode valer mais até que o texto. Por isto, fotógrafos são importantes para registrarem o que acontece no mundo. E no futebol não é diferente. Há imagens clássicas que ficaram registradas para sempre graças à um clique em uma máquina fotográfica.
Mas, normalmente, o fotógrafo não é especializado apenas em fazer um tipo de foto e é isto que acontece com nosso entrevistado. Flavio Hopp, de 51 anos, é conhecido por trabalhar nos jogos de futebol da Baixada Santista e São Paulo. Porém, ele começou trabalhando em shows de rock. Batemos um papo com ele sobre todo o seu grande trabalho.
O Curioso do Futebol - Antes de se profissionalizar como fotógrafo, como você começou a tomar gosto pela fotografia? Teve algo que te chamou a atenção ou viu alguém fotografando que acabou criando o interesse?
Flavio Hopp - Meu interesse pela fotografia começou nos meados dos anos 80 quando comecei a frequentar os shows de rock, eu tinha um colega que levava uma câmera aos shows que sempre acabava na minha mão para fazer os registros dos shows por que eu era o mais alto, essa câmara até depois acabou ficando um bom tempo direto comigo emprestada pois ia em muitos shows em São Paulo sozinho e nessa época eu comecei a observar alguns fotógrafos e fiquei com vontade de comprar uma câmera melhor para mim, coisa que só fiz em 1997 onde aí realmente comecei a me dedicar mais a aprender fotografar e em 2002 comecei a fotografar shows profissionalmente para duas revistas de rock. Futebol comecei a fotografar em 2013 quando já estava contribuindo com a agência Brazil Photo Press e me pediram para ir em um treino do Santos para fazer algumas imagens do treino e da coletiva. Fiquei dois anos indo esporadicamente ao treinos em 2015 surgiu a chance de eu me tornar setorista do Santos e com isso consegui aprender e melhor em muito minhas imagens.
O Curioso do Futebol - Sabemos que no 'mundo da fotografia' você passou a ser conhecido fazendo trabalhos em shows musicais, principalmente no rock, inclusive fazendo fotos oficiais de bandas. Por que escolheu este caminho, a princípio?
Flavio Hopp - Como falei acima, foi um caminho natural. Como eu gosto muito de rock e de shows foi mais simples seguir esse caminho.
O Curioso do Futebol - A partir dos últimos anos, você passou a fazer jogos de futebol. Quando foi que você começou a pensar nesta possibilidade e como a colocou em prática?
Flavio Hopp - Eu sempre tive curiosidade de fazer esportes mas nunca tinha tido a oportunidade até que a Brazil Photo Press abriu essa porta para mim. Comecei cobrindo os treinos do Santos esporadicamente até que me pediram para fazer uma vez por semana e eu então falei que então passaria a fazer sempre.
O Curioso do Futebol - Além de shows musicais e jogos de futebol, quais são as outras áreas onde você atua? É com a mesma freqüência?
Flavio Hopp - Eu atuo muito pouco com estúdio e em algumas coberturas políticas.
O Curioso do Futebol - Voltando aos dois assuntos principais, quais as semelhanças e diferenças entre fotografar shows musicais e jogos de futebol?
Flavio Hopp - A maior semelhança entre os dois é que os assuntos fotografados sempre estão em constante movimento, isso por que eu na cobertura de shows trabalho principalmente fotografando shows de rock, já nas diferenças estão na questão técnica de velocidade de captura da imagem. No esporte usamos uma velocidade mais rápida para congelar o movimento em situações que temos muita luz, já no show onde temos baixa luz trabalhamos com velocidades bem menores onde nem sempre a imagem é totalmente congelada.
O Curioso do Futebol - Sobre jogos de futebol, há algo que deve atrapalhar muito aos fotógrafos que é a iluminação artificial em jogos noturnos. Alguns estádios têm bons sistemas e outros que deixam a desejar. Há locais em que realmente a qualidade é afetada ou sempre tem como compensar este problema?
Flavio Hopp - No Estado de São Paulo só temos dois lugares excelentes para fotografar a noite que são o Allianz Parque e a Arena Corinthians. O Morumbi devido a Copa América teve uma melhora mas ainda têm muitas diferenças. A Vila Belmiro também deu uma melhorada esse ano, mas também ainda não tem um sistema adequado. Já o Pacaembu foi ao contrário a luz esse ano está ainda pior do que já estava. A solução para esse problema esta no dinheiro, se você o tiver para comprar equipamentos de ponta com um ISO melhor você consegue dar uma melhorada.
O Curioso do Futebol - Você não é de escolher jogo para fotografar. Você já esteve presente em jogos de categorias de base e da última divisão do futebol paulista a até grandes clássicos brasileiros e Copa América. Como é fotografar praticamente sozinho um jogo e também aqueles que você tem que disputar espaço com muitos profissionais?
Flavio Hopp - Eu gosto muito de fotografar esses jogos “menores” onde eu muitas vezes estou sozinho e em outras apenas com o fotógrafo dos clubes quando eles têm. Fotografar esses jogos as vezes é melhor do que fotografar os grandes jogos, pois como não há a necessidade de estar enviando as fotos em tempo de real acabamos em muitas vezes fazendo um trabalho bem superior além do que você pode fazer algumas experiências diferentes do que você faria em um jogo da primeira divisão. Em jogos da primeira divisão são muitos disputados pelos fotógrafos e mesmo com uma limitação de 30 a 40 profissionais por jogo dependendo da competição a maioria quer sentar no mesmo lugar. Já na Copa América foi minha maior experiência até o momento pois a organização foi excelente. Trabalhamos em 120 profissionais por jogo e 150 na final e tínhamos lugares previamente demarcados. Ao chegar no estádio você retirava um tíquete onde vinha o número de sua posição em campo onde você deveria sentar, só poderia trocar se acha outro profissional disposto a trocar com você. Sem contar que tínhamos pontos de energia para nossos note e cabos de rede. Gostaria muito que as federações adotassem pelo menos o sistema lugares principalmente nos grandes estádios onde há possibilidade de fazer isso.
Em ação em partida organizada pela CBF
(Foto: Guilherme Dionizio)
O Curioso do Futebol - Na Copa América, você fez um jogo com a presença do Messi em campo, apesar da expulsão ainda no primeiro tempo. Teria algum confronto específico, competição ou jogador que você queira ainda fotografar?
Flavio Hopp - A Copa América foi minha maior experiência até agora, ainda tenho muitos anseios na área. Quero fotografar Copa do Mundo, Olimpíadas, Eurocopa, Liga dos Campeões e por aí vai. Nos confrontos com certeza quero fazer um Brasil x Argentina e estive muito perto de fazer isso na Copa América e de jogadores ainda faltam muitos como Cristiano Ronaldo, Neymar, Cavani e outros.
O Curioso do Futebol - Para encerrar, deixamos o espaço para acrescentar algo que queira e aproveitamos para agradecer também a parceria com o site O Curioso do Futebol.
Flavio Hopp - Eu gostaria muito de agradecer à você pelo espaço e pela oportunidade e queria fazer um apelo aos presidentes e assessores de clubes que cedem fotos de graça para a imprensa uma vez que eles fazendo isso estão matando o trabalho de vários outros profissionais. Atualmente são poucos que tem trabalho fixo com um salário. A maioria como eu trabalha independentemente e vivemos da venda de fotos. Fica muito complicado termos que competir com fotos cedidas gratuitamente. Vamos pensar mais no próximo e lembrar que muitos profissionais além dos boletos tem filhos para criar.
Conheça os canais de comunicação e mídias sociais do fotógrafo Flavio Hopp:
Site pessoal: http://flaviohopp.com/
Site agência: https://hoppfotos.com.br/
Facebook: https://www.instagram.com/flaviohopp/
E-mail pessoal: fotos@flaviohopp.com
E-mail agência: contato@hoppfotos.com.br
Celular/WhatsApp: (11) 97266-3144
0 comentários:
Postar um comentário