Por Lucas Paes
Ailton é um dos maiores ídolos da história do Werder Bremen (Foto: Imago)
Desde meados dos anos 1980 o êxodo de jogadores brasileiros para o futebol europeu aumentou, criando algumas idolatrias principalmente na Itália e na Espanha. Hoje, temos brasucas sendo referências de idolatria em clubes que vão desde gigantes campeões europeus até pequenos alternativos da Europa. A Bundesliga, ainda que menos que terras italianas, é um dos lugares onde há mais "lendas" brasileiras. Entre elas, um paraibano que é praticamente uma divindade em Bremen: Ailton, que completa 46 anos nesta sexta-feira, dia 19 de julho.
Começando sua carreira no Rio Grande do Sul, mais especificamente no Ipiranga, o atacante paraíbano teve suas andanças no futebol até chegar ao Guarani, de Campinas, já em 1997. Depois de boa passagem no Bugrão, foi ao México, onde seu futebol chamou a atenção de um tradicional clube alemão, o Werder Bremen. A partir dali, a carreira de Ailton mudaria completamente e o paraibano viraria quase um Deus em Bremen.
Porém, demorou a engrenar nos alviverdes, não indo tão bem na sua primeira temporada em terras germânicas, apesar de ajudar na conquista da DFB Pokal (Copa da Alemanha). Aos poucos, porém, os gols foram vindo e se multiplicando, de um artilheiro que crescia na admiração do torcedor do Werder Bremen. Graças ao carisma, muito ajudado pela emoção demonstrada em entrevistas e claro, aos gols, foi crescendo na "idolatria" do torcedor do Werder Bremen. O "gordinho e preguiçoso" era, acima de tudo, brilhante.
Manteve uma regularidade de gols em suas temporadas vestindo a camisa verde e branca. Em 1999/2000, marcou 16 gols, na temporada seguinte, 17 e em 2001/2002 foram 20 tentos. Ainda assim, não era convocado para a Seleção Brasileira com regularidade, devido a um periodo onde a camisa verde e amarela era farta de atacantes espetaculares. Teve uma pequena queda de produção na temporada 2002/2003. Apenas um respiro para fazer história.
Na "final" diante do Bayern, em 2004, marcou um golaço e ainda deu uma assistência
Na temporada 2003/2004, Tomas Schaaf montou em Bremen um verdadeiro esquadrão. Um time que era compacto na defesa, mas avassalador na linha de frente. Com destaque para nomes como os alemães Borowski e Ernst, o francês Micoud e a dupla infernal formada por Klasnic e Ailton, o Werder voou na Bundesliga e na Pokal, deixando o Bayern para trás e pulverizando os adversários na copa.
Ailton, principalmente, foi praticamente divino. Marcou um total de 28 gols naquela edição da Bundesliga, terminando na artilheira e ainda fez outros seis gols na Copa da Alemanha. Na Liga, o Werder Bremen deixou o Bayern comendo poeira e levantou a salma de prata, muito graças aos gols de Ailton, que virou uma lenda alviverde e é adorado pelo torcedor do Werder até hoje. Particularmente, teve atuação espetacular na vitória de 3 a 1 que garantiu o título na penúltima rodada, em confronto diante do Bayern, em Munique, onde marcou um golaço. Na Copa, Ailton não marcou na final, mas viu uma atuação espetacular de Borowski e um gol crucial de Klasnic definirem a vitória e o titulo do Werder.
Ao fim daquela temporada, depois de 214 jogos e 106 gols, deixou o Werder rumo ao Schalke 04. Apesar de sua curta (e boa) passagem pelos azuis reais, não perdeu a idolatria do torcedor alviverde. É até hoje celebrado em Bremen, figurando em jogos dos veteranos do Werder e sendo parado como uma celebridade em qualquer local da cidade alemã. Além de tudo, segue sendo um dos maiores artilheiros estrangeiros da Bundesliga, ficando atrás apenas de Pizarro, Ibisevic, da lenda brasileira Elber e do infernal Lewandowski. Não a toa é tão respeitado nas terras germânicas.
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