Por Lucas Paes
O brasileiro Tim dirigiu a Seleção Peruana na Copa do Mundo de 1982
Elba de Pádua Lima, mais conhecido como Tim, foi um dos maiores craques do início do futebol profissional no Brasil. Dono de técnica incontestável, deslanchou na Briosa e virou quase uma divindade no Fluminense. Passou também pela Seleção Brasileira e muita gente dizia que o destino do Brasil na Copa de 1938 poderia ter sido melhor caso o treinador não barrasse o habilidoso meia. Treinador, foi por sinal, outra carreira que o meia, que também era apaixonado por cozinhar, perseguiu. Acabou, nesta carreira, tendo maior sucesso fora do país. Chegou a ganhar o título argentino invicto com o San Lorenzo, mas sua última aventura na casamata foi marcante, quando levou o Peru à Copa do Mundo de 1982.
Tim já era treinador a longo tempo. Malandro, simpático e entendedor da linguagem boleira, ele ganhou a simpatia da imensa maioria dos jogadores com quem trabalhou. Malandro e boleiro, sabia a linguagem do futebol como poucos. Na Seleção Peruana, viria para disputar uma eliminatória que tinha um formato mais simples que o atual, onde haviam três grupos de três times e o primeiro colocado de cada chave ia à Copa do Mundo.
Chegou ao Peru em crise, tendo que buscar uma classificação para a Copa do Mundo num grupo que tinha Colômbia e Uruguai. A grande partida dos peruanos sob seu comando talvez tenha sido a vitória por 2 a 1 diante do Uruguai em pleno Estádio Centenário, com gols de La Rosa e Uribe. O resultado praticamente garantiu a vaga peruana, que ficou certa com um empate em casa contra a Celeste Olimpica. O razoável time peruano chegava outra vez à Copa do Mundo.
O grupo de veteranos da Blanquirroja caiu no grupo A, que tinha Polônia, Itália e Camarões. A estreia do Peru foi diante dos Leões Indomáveis. Mesmo com um time que contava com Cubillas e Uribe, os Incas acabaram não conseguindo tirar o zero do placar. Era o jogo menos complicado na teoria. A rodada seguinte seria em Balaídos, na cidade de Vigo, diante da Itália, de Paolo Rossi e cia.
E as coisas começaram mal para os peruanos, que viram Conti abrir o placar logo aos 18 minutos de partida. Só que a Azzurra da primeira fase estava longe de ser o timaço que tirou o Brasil daquele mundial. A Itália caiu de produção, viu o time sul-americano gostar do jogo e finalmente, aos 38’, Diaz deixou tudo igual. O Peru, de Tim, fazia o que o Brasil não conseguiria naquela terrível tarde em Sarriá: empatar com a Itália.
Na última rodada, porém, os Incas tiveram um terrível dia em Riazor. Diante de um fortíssimo time polonês, que tinha entre outros nomes o craque Lato, os peruanos acabaram dilacerados com uma goleada por 5 a 1. O gol sul-americano foi de La Rosa, já no finalzinho do jogo. Com o resultado e o empate camaronês com a Azzurra, o Peru terminou na lanterna do grupo. A equipe ficou no vigésimo lugar geral na Copa do Mundo. Apesar de tudo, Tim acabou recebendo respeito dos peruanos pela classificação. Dois anos depois, Tim deixaria o plano dos mortais para fazer parte do plano das lendas. Amante do futebol, esteve nele até seus últimos dias.
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