Por Victor de Andrade
Foto: Superesportes
Evair atuando em um clássico contra o Cruzeiro: apenas seis meses no Galo
Um dos centroavantes mais técnicos que o futebol brasileiro já teve, brilhando com as camisas de Palmeiras e Guarani, além de boas passagens por Vasco da Gama e Portuguesa, Evair tinha uma inteligência rara para um camisa 9 e sempre atraiu a atenção dos fãs de futebol. Porém, não foi em todos os lugares onde ele teve sucesso e um desses exemplos foi no Atlético Mineiro, em 1997.
Nascido na cidade mineira de Ouro Fino, em 21 de fevereiro de 1965, Evair nunca tinha atuado em seu estado natal até então. Depois de aparecer no Guarani, onde chegou pela primeira vez à Seleção Brasileira, ele passou pelo Atalanta, na Itália, teve um momento fenomenal no Palmeiras e, após isto, jogou dois anos pelo Yokohama Flügels, no Japão. Ao fim da temporada de 1996, resolveu voltar ao Brasil e escolheu o Galo.
Evair era uma espécie de "cereja do bolo" de um time que já tinha nomes como Taffarel, Euller, Doriva, entre outros. A diretoria do Atlético Mineiro estava crente que aquele era o ano da equipe e que iria desbancar o rival Cruzeiro. Porém, tudo o que foi planejado foi por "água abaixo", muito por causa da bagunça que era o clube naquela época.
Logo de cara, Evair demorou para estrear, por causa de documentação. “A transferência foi difícil porque estava voltando do Japão. Quando cheguei, houve demora para a liberação do meu passe e, em razão disso, fiquei muito tempo parado. Com essa lentidão, gerou-se uma antipatia muito grande do torcedor e da imprensa comigo, porque eu estava impedido legalmente de jogar, mas fisicamente já estava pronto”, disse o jogador, em entrevista ao Superesportes.
Depois de acertarem toda a documentação, houve outro problema. Jogadores e funcionários do clube estava com salários atrasados, menos o próprio Evair, que era pago por uma empresa parceira. Isto incomodou o próprio atleta. “Quando fomos jogar contra o Corinthians, em São Paulo, pela Copa do Brasil, a imprensa paulista me questionou como eu me sentia com essa situação. Disse que estava constrangido porque eu era o único que recebia”, explicou na mesma entrevista. “Na época, os funcionários estavam há cinco meses sem receber. Para ajudá-los, dávamos as camisas depois dos jogos a eles para vendê-las e comprar alimentos com o dinheiro que arrecadavam”, revela.
Foram 14 jogos e sete gols pelo Atlético Mineiro
Entre demora para estrear, salários atrasados para outros atletas e privilégios para o centroavante, Evair não caiu no gosto do torcedor. Para complicar a situação, os resultados dentro de campo do Galo no primeiro semestre de 1997 foram aquém do esperado. O time caiu nas oitavas de final da Copa do Brasil, para o Corinthians, e nas quartas do mineiro, para o Villa Nova. E o pior: no mesmo período, o Cruzeiro conquistou o Estadual e a Copa Libertadores.
Ao fim do primeiro semestre, o Atlético Mineiro resolveu fazer algumas reformulações em seu elenco e um dos primeiros a ser dispensado foi Evair, após 14 jogos e sete gols pelo clube. Porém, o centroavante deu a volta por cima já no segundo semestre: foi contratado pelo Vasco da Gama, reviveu a ótima dupla de ataque com Edmundo, que foi um sucesso no Palmeiras, e os dois tiveram sucesso novamente: conquistaram o Campeonato Brasileiro.
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