Taffarel no Atlético Mineiro

Com informações do site oficial do Atlético Mineiro
Foto: divulgação Atlético Mineiro

Taffarel defendeu o Galo entre 1995 e 1998

Taffarel chegou ao Atlético em 1995, logo após se sagrar tetracampeão mundial pela Seleção Brasileira, contratado junto ao Parma, da Itália por R$1,3 milhão, até então a contratação de goleiro mais cara da história do futebol brasileiro. Sua chegada foi celebrada com grande festa nas ruas de Belo Horizonte.

Taffarel fez sua estreia pelo Galo em um amistoso contra o Flamengo, em 10 de fevereiro de 1995, no qual o placar foi de 3 a 2 para o Atlético. Rapidamente, o goleiro se tornou ídolo da Massa. Atuou pelo Galo de 1995 até 1998, sendo que seu último jogo foi a vitória por 2 a 0 sobre a Caldense, pelo Campeonato Mineiro.

Taffarel é o 4º goleiro que mais atuou pelo Atlético em toda a história. Ele disputou 191 jogos com a camisa alvinegra e levou 203 gols, tendo conquistado três títulos: Campeonato Mineiro de 1995, Copa Centenário de Belo Horizonte 1997 e Copa Conmebol 1997. Bastava uma grande defesa e o grito ecoava no Mineirão: El, el, el, sai que é sua Taffarel!

Após disputar a Copa do Mundo de 1998, seguiu para o Galatasaray, da Turquia. Devido ao carinho que desenvolveu pela torcida atleticana, escreveu uma carta à torcida explicando os motivos que o fizeram decidir por sair do clube. Esta carta foi publicada no jornal Estado de Minas, em 12 de julho de 1998.
Mineiros,
Muitas vezes em entrevistas vocês me ouviram falar sobre o quanto eu estava bem em Belo Horizonte e o quanto foi importante para mim, minha carreira e minha família a acolhida que BH e todo o Estado de Minas Gerais me deram. A minha chegada, aquela emocionante e inesquecível recepção, os momentos felizes com um time de garra e coração como poucos, as tristezas que o futebol volta e meia traz, os altos e baixos foram divididos com muita dignidade.
A verdade é que estes três anos e meio que passei com vocês me fizeram sentir parte desse povo e a minha sensação foi retribuída quando, através da Medalha da Inconfidência, recebida das mãos do governador Eduardo Azeredo, senti a honra de fazer parte de uma terra tão importante na história do nosso País. No momento em que as coisas pareciam estar complicadas, foi Belo Horizonte, que por indicação do vereador Ronaldo Gontijo, me agraciou com o título de Cidadão Honorário.
Sabem, eu estava em casa. Tão em casa que meus companheiros de time, meus treinadores (quase todos), e os funcionários do Atlético eram pra mim como uma grande família. 
Toda esta identificação teve um preço, e eu não pude, muitas vezes, cruzar os braços vendo tantas injustiças que aconteciam com esta gente a quem eu quero tão bem. Na Vila Olímpica, na concentração, no vestiário, no Mineirão, tantas vezes recebi meus filhos como se tudo aquilo fosse também um pouco meu.
Com quanta alegria eu ouvia a Massa Atleticana gritando: “El, el el, sai que é sua Taffarel!!!”. Me lembro de cada cidade do estado de Minas Gerais e da maneira como sempre me receberam com palmas, gritos de incentivo e até homenagens, mas, sobretudo, com carinho e respeito. Depois de um gol sem explicação, de uma briga ou outra situação ruim, nunca faltaram mensagens de otimismo por parte da torcida do Galo. Bastava abrir um jornal no dia seguinte e lá estava o atleticano me dando o maior crédito. E este é o tipo de coisa que marca a vida da gente.
Amizades verdadeiras não faltaram neste tempo em que estive com vocês, dentro do meu clube, todos, e fora dele, muitos. Tantas vezes recebi cumprimentos de cruzeirenses e americanos que, independentemente das cores, provaram com isto a esportividade que falta ao futebol hoje. Gostaria de citar o nome de todos os amigos, de todas as pessoas que me deram força, de todos os torcedores que gritavam meu nome, de todos. Mas escolhi um que representa bem o verdadeiro mineiro, o tipo de amigo, fã que todo jogador gostaria de ter e que eu tive: Gerson Sabino (ele deixou BH antes de mim).
Dentro da imprensa também fiz amigos que me ajudaram a esclarecer para muitos o que não era do interesse de poucos. E foi também esta imprensa que me elegeu para Troféu Guará, Kafunga e como uma das 100 personalidades esportivas nos 100 anos de Belo Horizonte.
Tudo isto e mais os títulos e quase títulos com o Galo, coroam estes quase quatro anos. Agradeço a Deus por tudo e pela oportunidade de ter vivido o que vivi porque no meu coração vou ter sempre a recordação calorosa e simples deste povo das Minas Gerais. Afinal, só mesmo se eu fosse uma criatura amarga poderia deixar que poucos momentos de tristeza causados por pessoas de espírito tão pobre, sobrepusessem as alegrias que vocês, meus amigos, me proporcionaram.
Se hoje estou deixando Belo Horizonte, não é por minha vontade, é porque relacionamentos profissionais como o que eu tenho com a diretoria do Atlético atingem limites e o limite foi atingido. O que eu quero dizer a vocês é que as diretorias passam, os jogadores chegam e vão embora, mas o Atlético Mineiro é uma instituição. Um clube de tradição, de força, de raça e com uma das maiores e melhores torcidas do Brasil. Por isso, mesmo sem TAFFAREL o grito do GALO vai continuar ecoando por todos os grandes estádios do país e onde quer que eu esteja, tenho certeza, vou ouvi-lo.
Um forte abraço, Taffarel.”
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