Por Lula Terras
Foto: Ivan Storti / Santos FC
Mais do que os resultados das partidas, o que impressiona é o estilo de jogo do time de Sampaoli
A temporada 2019 do futebol brasileiro começou atípica, como já era previsto desde a contratação de Jorge Sampaoli, pelo Santos FC, em dezembro do ano que passou. Assim como vem acontecendo durante os últimos anos, quando um clube brasileiro começa a negociar com treinadores de fora, surgem duras críticas, por parte de jornalistas especializados, treinadores que estão fora do mercado e até por torcedores mais pessimistas, e com Sampaoli não foi diferente.
Hoje, devido o sucesso do método de trabalho que implantou no Santos, muitos desses críticos estão se retratando. Para eles, parece espantoso que um treinador de fora, mesmo com toda a bagagem de Sampaoli traga resultados positivos, de imediato, mesmo conduzindo um elenco, que é mais fraco que o de 2018, com uma campanha de mediana para sofrível. E os primeiros resultados neste ano enchem os olhos de quem gosta de futebol ofensivo.
Acredito que as convincentes vitórias nas três primeiras rodadas do Paulistão coloca o Peixe, não como franco favorito ao título, mas, em condições de fazer frente aos favoritos, caso de Palmeiras, São Paulo e Corinthians, que reforçaram seus elencos com atletas de peso, e ainda podem ser considerados como favoritos ao título. Agora, mais do que isso dá indício que o futebol brasileiro de hoje, precisa ser repensado para que no futuro recuperemos a hegemonia mundial, que já foi nossa.
Por mais espanto que possa causar, o trabalho de Sampaoli está na valorização da posse de bola e a ofensividade na busca do gol adversário. Assim como ele, também o Pep Guardiola, outro treinador de ponta, não cansa de dizer que bebeu na fonte do futebol brasileiro de outrora. Aí eu pergunto: não seria mais fácil que nossos clubes abolissem de vez esse sistema covarde, de futebol de resultados que, além da violência também afasta os torcedores dos estádios?
O bom trabalho de Sampaoli já é um forte indício que o futebol brasileiro possa sofrer uma grande revolução, na medida que as cabeças dos dirigentes se abram para o novo. As mudanças podem ser feitas em médio prazo, e para isso sugiro maior humildade a nossos treinadores, que procurem aprender, com quem sabe sobre táticas, estratégias e deixem de lado esses livros de auto ajuda, que podem ser utilizados em outro momento. Já, se a mudança for urgente, que se contrate para a seleção brasileira, treinadores da estirpe de um Pep Guardiola, José Mourinho, Marcelo Bielsa e muitos outros que estão muito à frente dos nossos, lamento dizer, mas é o que penso, só peço que deixem o Sampaoli onde está, não mexam com ele (risos).
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