Rogério Ceni na Seleção Brasileira

Por Victor de Andrade

Rogério Ceni fez 18 jogos com a camisa da Seleção Brasileira (foto: arquivo CBF)

Um dos maiores ídolos (se não o maior) da história do São Paulo Futebol Clube e, atualmente, treinador que faz um belo trabalho no Fortaleza, o ex-goleiro Rogério Ceni está completando 46 anos neste 22 de janeiro de 2019. Com uma belíssima carreira e sendo o arqueiro que mais marcou gols no futebol, ele em uma história não tão completa com a camisa da Seleção Brasileira: declarações polêmicas, concorrência forte e títulos resumem a sua história no time canarinho.

Apesar de muitos já enxergarem muito talento no goleiro que iniciou a carreira no Sinop, com 17 anos, Rogério Ceni demorou para virar titular no São Paulo, pois a vaga era de Zetti. Porém, antes mesmo de virar o dono da camisa 1 (que depois virou 01) do Tricolor, ele já teria a primeira história com a amarelinha. O goleiro ficou na famosa lista de espera dos convocados para o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Os dois jogadores da posição que estiveram para a competição foram Dida e Darnlei.

Com a ida de Zetti ao Santos, Rogério virou titular absoluto do São Paulo e passou a ser convocado para a Seleção. Zagallo, no fim de 1997, o chamou para a Copa das Confederações, realizada na Arábia Saudita, quando fez o primeiro jogo, contra o México, em 16 de dezembro, entrando no lugar de Dida. O Brasil venceu a partida por 3 a 2 e conquistou o torneio, o primeiro título de Ceni com a "amarelinha".

A partida contra o Barcelona, que mudou os rumos de Rogério Ceni na Seleção

Apesar de não ter sido convocado para a Copa do Mundo de 1998, Rogério Ceni passou a ser presença constante na Seleção Brasileira no novo ciclo, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, no início, inclusive fazendo cinco jogos seguidos como titular. Porém, em 1999 aconteceu o fato que o deixaria marcado negativamente com a "amarelinha", mas ele teve outras chances pelo time canarinho.

Em 28 de abril daquele ano, a Seleção Brasileira enfrentava o Barcelona, no Camp Nou, em amistoso comemorativo referente ao centenário da agremiação catalã. O jogo foi muito bom e terminou empatado em 2 a 2. A questão é que Rogério Ceni falhou nos gols do time da casa e depois do jogo, em entrevista, não reconheceu a falha e ainda disse que aquela teria sido "uma das melhores atuações de um goleiro na Seleção Brasileira". A atitude arrogante, mais do que as falhas, fez com que Vanderlei Luxemburgo o tirasse da condição de titular.

Ajeitando a bola para cobrar a única falta pela Seleção

Rogério Ceni continuou tendo suas chances na Seleção, mas a relação nunca mais foi tão firme. Quando Emerson Leão assumiu como técnico, voltou a dar chance ao goleiro, inclusive o autorizou a cobrar faltas, algo que os treinadores anteriores nunca permitiram. Porém, a única vez que ele cobrou uma falta com a camisa canarinho foi em uma partida contra a Colômbia, no Morumbi, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em 15 de novembro de 2000. Aliás, foi com Leão que ele teve outra seqüência de cinco jogos como titular da "amarelinha".

Por causa do calendário, Rogério Ceni não foi para a Copa das Confederações de 2001, onde Emerson Leão caiu. O novo treinador, Felipão, deu a titularidade a Marcos e Dida passou a ser o reserva imediato. Ceni ficou ameaçado de perder até o terceiro posto, mas no fim ele foi convocado para a Copa do Mundo de 2002 e mesmo sem jogar, foi campeão.

Campeão do mundo em 2002

No novo ciclo, com Carlos Alberto Parreira como treinador, Rogério Ceni passou a ter menos chances. O técnico deixava claro que seus preferidos eram Dida, que virou titular, Marcos, até pelo respeito à titularidade no Mundial anterior, e Júlio César, que surgia bem no Flamengo e faria sucesso na Itália em seguida. Nesse período, o próprio Rogério Ceni já admitia ter perdido as esperanças de voltar à Seleção.

Só que nas proximidades da Copa do Mundo de 2006, Marcos não estava em um bom momento, tendo diversas lesões e jogando mal quando atuava pelo Palmeiras. Eis que na lista final para o Mundial, Rogério Ceni acaba sendo convocado e foi como o reserva imediato de Dida, então titular absoluto e vivendo uma ótima fase no Milan. Mas no terceiro jogo do Brasil na Copa, contra o Japão, em 22 de junho, Parreira resolveu homenagear o goleiro são-paulino e o colocou no lugar de Dida no decorrer da partida.

Foi uma atitude honrada do então técnico da Seleção Brasileira, que após o jogo admitiu que fez aquilo como uma homenagem. "Um atleta com a carreira e importância de Rogério Ceni deveria ter, ao menos, alguns minutos em campo em uma Copa do Mundo", disse Parreira. Aquele foi o último  dos 18 jogos do goleiro com a camisa da Seleção.
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