Por Lula Terras
Foto: Ivan Storti / Santos FC
Jorge Sampaoli durante a entrevista coletiva de sua apresentação
O mundo do futebol foi surpreendido pela contratação do treinador argentino Jorge Sampaoli, pelo Santos FC, cuja repercussão atingiu nada menos do que 20 países, onde a notícia foi divulgada. Muito se deve ao grande prestígio que tanto o treinador como o clube tem entre a comunidade futebolística internacional.
Já no Brasil, o fato é visto com certa desconfiança, por parte da imprensa especializada que entende serem raros os casos de treinadores estrangeiros se dar bem no Brasil. Também é o caso de alguns dirigentes que preferem não arriscar numa mudança radical, no sistema de jogo de sua equipe.
Numa coisa, todos concordam, a qualidade do trabalho do treinador argentino é indiscutível, por impor um sistema de jogo diferenciado, em que a busca do gol deve ser constante. Seu trabalho alcançou resultados brilhantes no Chile, onde se sagrou campeão da Copa Sul-Americana de 2011, comandando a Universidade do Chile. Em 2015, sob seu comando, a Seleção Chilena conseguiu o título inédito da Copa América. Sampaoli também realizou bom trabalho no Sevilla, da Espanha, de onde saiu para dirigir a Seleção Argentina, na Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
É, justamente este seu trabalho que tem motivado fortes críticas ao treinador, pela campanha pífia do selecionado argentino O que os críticos não levam em conta, é o fato da Associação de Futebol Argentino (AFA), estar uma verdadeira bagunça, que acabou refletindo em sua seleção que envelheceu, e sem contar com sucessores à altura. Para piorar, durante a Copa foram fortes os indícios da existência de uma panela comandada pelos mais experientes, caso de Messi, Mascherano e Di Maria, que não deixaram Sampaoli à vontade em seu trabalho.
Eu, particularmente torço e muito pelo seu sucesso no comando do Santos, apesar de reconhecer que, no Santos a situação não é muito diferente, em relação ao comando diretivo.
Mesmo com toda a dificuldade que se avizinha, e o treinador está consciente disso, a ponto de considerar esse momento como o maior desafio de sua carreira, e quer acertar. Aliás, ele faz questão de afirmar que é seu objetivo é realizar um trabalho à altura da história do Santos. Para mim, a torcida é ainda maior, que ele seja um divisor de águas no futebol brasileiro, que tem primado por contar com treinadores que se tornam vitoriosos por difundir um estilo, focado no lado psicológico dos atletas, se portando como um verdadeiro paizão, ao invés de investir em esquemas táticos mais ousados que, tragam de volta a magia do futebol brasileiro que, infelizmente está perdida no tempo. Na torcida!
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