Por Lucas Paes
Luizão, pelo Timão, na Libertadores de 2000: 15 gols e recorde brasileiro na competição
(foto: arquivo Corinthians)
Numa época em que camisas 9 surgiam em abundância absurda em terras brasileiras, diversos nomes marcaram época pelo planeta inteiro. Mesmo não tendo o talento de um Ronaldo Fenômeno ou mesmo o carisma de um Túlio, um dos nomes que marcou muito os anos 90 e começo dos anos 2000 no Brasil foi o de Luizão. Com frieza impar e inapelável capacidade de colocar a bola nas redes, um dos melhores camisas 9 à passar pelo futebol brasileiro no período é até hoje responsável por um recorde brasileiro: o jogador do país à marcar mais gols em uma só Libertadores, no ano de 2000, pelo Corinthians: 15.
O Timão tinha na época uma forte equipe, o que fazia com que o alvinegro entrasse como um dos favoritos na competição. Mas os corintianos estrearam perdendo para o América do México , no Asteca, por 2 a 0. Porém, na rodada seguinte, no dia 3 de Março, Luizão teve atuação espetacular na goleada alvinegra por 6 a 0 pra cima da LDU, onde o atacante marcou três gols. Era apenas o início da boa campanha corintiana. O primeiro numa espécie estranha de meia bicicleta rasteira, e outros dois de cabeça.
Na partida seguinte, no dia 14 de março, o adversário mais tradicional do grupo, o Olímpia, no temido Defensores del Chaco. Neste duelo, Luizão fez o primeiro gol dos alvinegros paulistanos. Mas o duelo terminou em um alucinante empate por 2 a 2. Naquele período, o Rey de Copas paraguaio era um dos mais temidos e perigosos adversários em jogos na Libertadores.
Na terceira partida, diante do América, no Pacaembu, já em Abril, mais precisamente no dia 5, o Timão venceu por 2 a 1, mas Luizão não marcou, vendo Vampeta e Dinei fazerem os dois gols do Coringão. Na partida seguinte, seis dias depois, no hoje temido Estádio Casablanca, o Timão bateu a LDU por 2 a 0. Luizão, oportunista, marcou o primeiro gol do duelo, completando um cruzamento da direita.
Para fechar a primeira fase, no dia 19 de Abril, outra atuação de gala do centro-avante na alucinante partida diante do Olímpia no Pacaembu. Num duelo que terminou num incrível 5 a ,4, num dia em que os uniformes eram, no mínimo, confundíveis, foram três gols do artilheiro alvinegro. O primeiro, logo a cinco minutos, veio num chutaço de fora da área,o segundo, já na etapa final, veio de cabeça, após cobrança de escanteio, depois de Baez, do Olímpia, fazer, no primeiro tempo, um dos gols mais bonitos da história da Libertadores. O terceiro veio de novo de cabeça, porém desta vez após cobrança de falta.
Ai veio o mata-mata e o perigoso Rosário Central, em Arroyto, logo de cara, no dia 3 de maio. A tragédia parecia completa quando La Acade abriu 3 a 0. Porém, Luizão marcou duas vezes, primeiro após passe rasteiro de Edilson e o segundo aproveitando rebote do goleiro argentino. Os gols salvaram o Corinthians, que precisaria de uma missão muito mais simples no Pacaembu.
Só que o jogo do Pacaembu, no dia 9, foi tão complicado quanto o de Rosário. Luizão abriu o placar de cabeça. Pizzi empata pouco depois. Na etapa final, Gordillo vira o jogo para o Rosário. A luz do Pacaembu falha e com metade do estádio apagado, Edilson vira em um golaço e Luizão marca o terceiro em belíssimo chute após passe de Ricardinho. Nos pênaltis, classificação brasileira.
Apesar dos gols de Luizão, o Corinthians não conquistou o título
Nas quartas, no pesadíssimo duelo com o Atlético Mineiro, repetindo a final do ano anterior. No primeiro jogo, num abarrotado Mineirão, no dia 18 de maio, Luizão marca o gol corintiano no empate por 1 a 1, de cabeça. No segundo jogo, ele vê Ricardinho e Edilson marcarem os gols da vitória e da classificação paulistana, que vem após um 2 a 1 no Pacaembu. Era hora de dois dos mais épicos duelos da história do futebol brasileiro, sul-americano e mundial: o Derby Paulistano das semifinais da Libertadores de 2000.
No primeiro duelo dos dois clássicos no Morumbi, no dia 30 de maio, com mando corintiano, vitória do Timão por 4 a 3, com gols de Ricardinho, Marcelinho, Edilson e Vampeta. No segundo jogo, o Palmeiras pula na frente, mas Luizão empata de cabeça. O segundo, veio em boa jogada que terminou com finalização de Luizão. Só que o Verdão virou e o final todo mundo já sabe. Marcos x Marcelinho e um dos momentos mais felizes da história do Palmeiras.
Apesar da derrota traumática, os 15 gols de Luizão seguem sendo um recorde entre brasileiros. Assim deve-se permanecer por muitos anos, pois é difícil vermos jogos abertos como o espetacular 4 a 3 entre corintianos e palmeirenses. Hoje, talvez pela preocupação com os gols fora de casa, os times são mais cautelosos. Um tiro que saiu pela culatra de quem inventou a rega. Seja como for, o recorde continua lá, marcado escrito e tatuado na história da Libertadores, que o Timão demoraria mais 12 anos para levar, contra o que teria sido seu adversário naquela possível final.
Há uma inconsistência de dados no texto. Nele, Luizão faz 14 gols e não 15 ! Aliás, nos arquivos da Conmebol, são registrados 14 gols.
ResponderExcluirEste é um erro que vem se propagando há vários anos.
É um erro crasso da própria Conmebol. Tem um gol CLARO dele que a arbitragem, na súmula, deu para outro jogador e até hoje não corrigiu, É um gol que ele sai na cara gol e manda a bola para o fundo das redes, sem desvio.
ExcluirPode chorar , maior artilheiro da libertadores 2000 , foi Luizão 15 gols.
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