Intervenção na Conmebol para salvar o futebol sul-americano

Por Lula Terras

Dedé foi expulso injustamente na partida do Cruzeiro contra o Boca Junior (foto: Agência Reuters)

Não serio momento de a Fifa, que vem prometendo moralização, punir ou até mesmo promover uma intervenção urgente, na Confederação Sul-Americano de Futebol, a Conmebol? Motivos para isso eu acredito que tenha e o futebol, que ainda é o esporte das multidões, vem caminhando a passos largos para perder esta condição. Não por sua proposta de misturar a arte no trato com a bola, a emoção do gol e o orgulho pelas importantes conquistas, situações que acontecem no campo de jogo. O risco vem dos bastidores, onde atuam, de forma inescrupulosa, vários dirigentes de clubes e federações, empresários de jogadores e até, porque não dizer, árbitros desqualificados e atletas mercenários, todos que abusam do direito de querer, sempre se dar bem. 

Apenas para citar um exemplo aqui, na América do Sul, que tem como legítima representante da Fifa, a defectível, Conmebol, que na atual temporada, tem demonstrado certa preferência por clubes argentinos, em sua principal competição, a Libertadores da América. A expectativa que fica é se a Fifa, que comanda o futebol mundial, não tomar medidas fortes e urgentes, inclusive com uma intervenção na entidade sul-americana, a tendência é que as coisas piorem, e acho que ninguém quer outra situação semelhante àquela em que vários dirigentes foram banidos do futebol, alguns até, cumprindo penas de prisão. 

O quadro negativo atual começa na disputa pela vaga para as Quartas-de-final, entre o Santos e o Independiente, da Argentina, em que o clube argentino esperou o final da partida de ida, que foi sob seu comando e terminada empatada, para entrar com recurso junto a Conmebol, acusando o Santos de utilizar o jogador Carlos Sanchez, de forma irregular. 

Várias foram às situações que aconteceram na sequência, como a defesa santista, apontar a publicação no Sistema Comet, que é um software de registro de jogadores, na Conmebol. Na ficha do Sistema, apontava que o jogador estava em situação regular. De nada valeu, no julgamento da entidade que, em nenhum momento teve a honradez de assumir seu erro, ou seria premeditação, com parceria dos clubes argentinos, diretamente relacionados a irregularidades. 

Como exemplos, cito que, neste mesmo período tivemos situação parecida, envolvendo o River Plate, onde o jogador Bruno Zuculin, que também tinha punição a cumprir, desde quando defendia o Racing. Neste caso não houve, punição, segundo a Conmebol, por não ter sido denunciado dentro do prazo de 24 horas, após a partida, conforme está no regulamento da competição. 

Mais recentemente, a Conmebol volta a surpreender o mundo da bola, ao reconhecer que o Boca Júnior, também da Argentina, vinha utilizando o atacante Ramón Abila, mesmo contando com uma suspensão, de quando atuava pelo Huracán, em 2016. A alegação da não punição deste caso foi à mesma, referente ao Zuculim, ou seja, a denúncia aconteceu fora do prazo, em regulamento. Enfim, alguém em sã consciência acredita que o título deste ano da Libertadores, não vá para algum dos clubes argentinos.
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