Por Lucas Paes
Milutinovic em ação como treinador da Nigéria em 1998
Completa 74 anos neste dia 7 de setembro um dos treinadores mais alternativos do futebol mundial. Comandante de seleções diferentes em cinco Copas do Mundo, Velibor Milutinovic, o "Bora" ficou conhecido pelas passagens por seleções "pequenas", comandando cinco diferentes em mundiais, entre 1986 e 2002. Recorde que compartilha com o brasileiro Parreira. Além disso, o sérvio, nascido na cidade de Bajina Basta, também foi jogador, atuando como meio-campista.
Dentro dos gramados, não teve lá uma carreira muito notável. Seus únicos títulos foram já no final de sua trajetória dentro das quatro linhas, no Pumas UNAM, do México, onde ganhou a Copa MX e o torneio dos Campeões dos Campeões do país, que nada mais era que uma supercopa mexicana. Aposentou-se com 32 anos, quando ai iniciaria sua interessante carreira como treinador.
Foi na casamata que o ex-meia ficou famoso. Sua primeira experiência foi no Pumas UNAM, depois de aposentar-se. Porém, foi com a seleção do México, no ciclo da Copa do Mundo de 1986, sediada pelos Tricolores que ele fez um primeiro grande trabalho. Depois de passar em primeiro na primeira fase, deixando a Bélgica de Scifo e o Paraguai atrás dos latinos, não tiveram grandes dificuldades com a Bulgária nas oitavas e chegaram as quartas de final. Venderam caríssimo a derrota para a Alemanha, que acabou acontecendo somente nos pênaltis.
Como jogador, passou pelo Partizan
Depois de passar por alguns clubes, como por exemplo San Lorenzo, da Argentina e Udinese, da Itália, acabou contratado pouco antes da Copa do Mundo de 1990 pela Costa Rica. Fez algumas mudanças no time e conseguiu com que os Ticos passassem da primeira fase, sendo eliminados nas oitavas pela Checoslováquia, naquela que seria sua melhor campanha em mundiais até o histórico ano de 2014.
Logo depois da experiência em terras mundialistas italianas, acertou com a Seleção Norte Americana, após processo relativamente longo. Mais uma vez, marcado pela sua excentricidade, cortou alguns nomes do time, mas acabou trazendo Bruce Murray, recordista de gols dos EUA, além de mandar que o zagueiro Alexi Lalas, sim, aquele, cortasse o cabelo ou saísse do campo. Além de um terceiro lugar na Copa Rei Fahad, foi responsável por classificar os Estados Unidos para o mata-mata depois de 44 anos, sendo batido nas oitavas pelo Brasil, em jogo duro. Os Canarinhos ganhariam aquela Copa do Mundo.
Depois de não ir bem em passagem pela Seleção Mexicana, acertou com a Nigéria para a Copa do Mundo de 1998. Comandou uma das maiores gerações da história das águias. Após uma excelente primeira fase, onde foram as oitavas com o primeiro lugar do grupo, sucumbiram diante da Dinamarca. Os europeus ainda tinham eu seu selecionado um tal de Brian Laudrup, que fez uma dupla inesquecível com seu irmão na "Dinamáquina.". Teria uma experiência na MLS após isso, antes de iniciar uma das mais sensacionais empreitadas de sua carreira.
Milutinovic classificou a China para a Copa de 2002
Em 2000, foi contratado pela Seleção Chinesa. Os asiáticos viam boas chances de classificação para a copa do Japão e da Coréia do Sul e apostaram em Milutinovic. Com uma campanha consistente, acabou por conseguir uma façanha inédita e classificar os chineses ao mundial de 2002. O feito, porém, não garantiu boa campanha no mundial, onde os asiáticos acabaram caindo na primeira fase, pagando pela inexperiência de seus jogadores. Foi a primeira vez em que Bora não passou da primeira fase de uma Copa do Mundo.
Seguiu sua carreira de treinador até 2009, quando passou pela seleção do Iraque. Foi conselheiro da FIFA na Copa do Mundo de 2018 e até hoje é considerado uma referência e um guru para seleções pequenas pelo planeta bola. Curiosamente, acabou nunca treinando seu país de origem, a Sérvia, com quem chegou a negociar, mas não houve acordo. Mesmo assim, sua carreira consistente em países da "periferia" do futebol o faz merecer o título de Guru das Seleções Pequenas.
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