Com informações do site oficial do São Paulo FC
Rogério marcando o 62º gol na carreira e batendo o recorde de goleiro artilheiro
(foto: Daniel de Cerqueira/O Tempo/FolhaPress)
Em 20 de agosto de 2006, o torcedor do São Paulo FC teve um grande motivo para comemorar. Porém, não foi uma conquista da equipe e sim individual de um de seus maiores ídolos. Naquele dia, enfrentando o Cruzeiro no Mineirão, Rogério Ceni marcava o seu 62º tento da carreira, tornando-se o maior goleiro artilheiro da história do futebol. A marca ele aumentou durante a carreira, passou dos 100 gols e mantém o recorde até hoje.
Aquela partida tinha tudo para não ser guardada na memória do torcedor tricolor. Apesar de estar liderando o Brasileirão naquele momento (a partida contra a Raposa seria pela 18ª rodada), o Tricolor, na partida anterior, não havia sido muito feliz e tinha perdido a oportunidade de ter conquistado o quarto título da Libertadores de sua história, deixando escapar a taça na final, para o Internacional.
Os são-paulinos poderiam estar abatidos, mas em verdade controlaram os cruzeirenses em quase todo o primeiro tempo do jogo. Mesmo assim, o placar dizia outra coisa sobre a partida: logo no começo, aos oito minutos, o zagueiro tricolor Alex Silva marcou contra, colocando os mineiros em vantagem.
O Tricolor seguiu na pressão e, em um contra-ataque, viu Michel, aos 34 minutos da etapa inicial, ampliar o marcador para o Cruzeiro em um lance que Ceni quase salvou. Para piorar, quatro minutos depois, pênalti para o time azul, cometido por Edcarlos. O São Paulo ameaçava desabar no Mineirão.
Caso a perda da Libertadores da América continuasse a pesar, o desempenho dos são-paulinos no segundo turno do Brasileirão poderia ser comprometido. Na realidade, tudo o que veio depois, até 2008, esteve ameaçado.
Rogério Ceni recebendo o certificado do Guinness Book
(foto: Rubens Chiri/SãoPauloFC.net)
Sem saber de nada disso, claro, Rogério Ceni reavivou o ânimo dos tricolores no jogo e viu a própria estrela voltar a brilhar ao defender o pênalti, cobrado forte e no canto direito do goleiro por Wágner, aos 39 minutos.
Mas a situação do Tricolor continuava comprometedora. Era preciso mais. Muito mais. E Rogério Ceni disso sabia. Aos 43 minutos do jogo em Belo Horizonte, uma oportunidade surgiu. Falta perigosa a favor dos são-paulinos. Um pouco mais longe da área do que o de costume, mas o capitão tricolor logo correu, se prontificando a cobrá-la. E o fez com maestria!
O então camisa 1 do São Paulo rolou a bola para Souza, que a aparou e a deixou pronta para que o goleiro acertasse o chute com o pé direito no canto esquerdo baixo de Fábio, do Cruzeiro. Foi o único gol dele, em toda a carreira, executado com a bola em jogo, rolando.
Mais do que isso: na contagem do Guinness World Records – entidade notoriamente conhecida por homologar recordes mundiais –, com esse gol, Rogério Ceni acabava de se tornar o maior goleiro artilheiro do mundo em todos os tempos! Superando o paraguaio Chilavert, que tinha no currículo 62 gols anotados. De lá para cá, Rogério Ceni marcou muitos outros gols e conquistou muitos outros recordes. 131 gols marcados em 1237 jogos pelo Tricolor ao longo de mais de 25 anos de casa. Uma lenda.
Porém, o São Paulo, naquele final de tarde do dia 20 de agosto de 2006, continuava perdendo o jogo para o Cruzeiro – a liderança do campeonato estava ameaçada. E Rogério Ceni seguia salvando o time: aos 44 minutos executou uma defesa espetacular em cabeceio de Luisão.
O Guinness Book confirmou o recorde, já atualizando
os números no dia da entrega do certificado
Abençoado, Rogério Ceni teve a chance de empatar o confronto aos 16 minutos do segundo tempo, depois que Aloísio sofreu pênalti. Não desperdiçou. O goleiro foi lá e cobrou com categoria, marcando para o Tricolor: 2 a 2! Uma partida verdadeiramente homérica do capitão são-paulino!
O Tricolor, assim, manteve a liderança do Brasileirão e veio a conquistar, pouco depois, o primeiro turno (e também o segundo). Este jogo, contra o Cruzeiro, em que Rogério Ceni se tornou recordista mundial pela primeira vez, marcou também a arrancada inesquecível do São Paulo para um feito perpétuo: o clube se tornou, a partir disso, hexacampeão brasileiro e o único tricampeão consecutivamente, em 2006, 2007 e 2008!
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