Por Lucas Paes
Alex foi o grande nome da partida marcando cinco gols (foto: arquivo Cruzeiro EC)
O Cruzeiro de 2003 é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores times já montados na história do futebol brasileiro. Sem sombra de dúvidas o melhor dos pontos corridos. A equipe cruzeirense encantou o país, fez um verdadeiro passeio no Brasileirão e ganhou o campeonato com facilidade, inclusive vencendo o concorrente ao título, o Santos de Diego e Robinho, duas vezes na competição. Um dos momentos marcantes desse time foi quando o Cruzeiro, já campeão, desceu sete gols em cima do Bahia, em atuação magistral do carequinha Alex, dentro da Fonte Nova, no dia 14 de dezembro daquele ano. A maior goleada de um visitante no Brasileirão.
Naquela altura do campeonato, o Cruzeiro já havia ganhado o título há algum tempo. Os celestes chegaram a Salvador já consagrados campeões e com uma marca de vitórias que passava dos 30 triunfos, numa época em que o campeonato tinha 46 jogos. O Bahia cairia como lanterna naquele ano, começando uma derrocada que o levaria até a Série C. O Tricolor de Salvador já havia levado 7 gols do Santos, por exemplo, também dentro de Salvador.
Mesmo caçado, o meia do Cruzeiro dominou o jogo
A Fonte Nova, praticamente só com cruzeirenses presentes, viu o Cruzeiro abrir o placar logo aos 12 minutos, quando Maurinho sofreu pênalti bem batido pelo camisa 10 do time mineiro. Cinco minutos depois, outro pênalti, outro gol de Alex e já ia se consumando um verdadeiro passeio em Salvador. Ainda com chances de escapar, o Bahia ia sucumbindo diante do esquadrão azul de Minas Gerais. Aos 23’, outro pênalti, claríssimo, em cima de Mota, outro gol de Alex: 3 a 0. O Tricolor não aprendia a lição, fez outro pênalti, dessa vez num chute de Chiquinho no jogador cruzeirense e, bom, digamos que foram os quatro gols mais fáceis da vida de Alex.
O primeiro tempo já terminou com o Bahia rebaixado. Porém, a demolição da Raposa continuou no segundo tempo. Aos 10’, numa belíssima jogada coletiva, Alex lançou Felipe Melo (sim, este mesmo que você está pensando) na cara de Emerson e o volante chutou bem para marcar o quinto. O gol de Felipe Melo foi o centésimo do Cruzeiro naquele brasileirão. Dez minutos depois, Alex recebeu cara a cara com Emerson, driblou o goleiro baiano e mandou para as redes. O 6 a 0 acontecia sem grandes dificuldades. Alex chegava ao recorde de ser o maior artilheiro cruzeirense em uma única edição do Brasileirão.
Preto e uma das poucas chegadas do Bahia ao ataque
A goleada foi fechada com lance que seria polêmico, caso o Bahia tivesse alguma força para reclamar da jogada. Mota saiu cara a cara com Emerson, encobriu o goleiro e o zagueiro tricolor até tirou a bola, porém o bandeira disse que ela havia entrado. Gol do Cruzeiro, caixão fechado, 7 a 0. A goleada, com requintes de crueldade, rebaixava o Tricolor de Aço, dava um recorde ao Cruzeiro, como o time mais artilheiro da história do Brasileirão (batido pelo Santos no ano seguinte) e fechava com chave de ouro o espetacular campeonato cruzeirense.
O Bahia amargaria anos terríveis dali para a frente, indo inclusive até a Série C. O Cruzeiro não conseguiria repetir o bom desempenho em 2004, tendo o time até desmontado. Porém, o time azul não viveu anos críticos como o Bahia. Acabou demorando 10 anos para conquistar outro título brasileiro, numa campanha também tranquila em 2013.
Os melhores momentos da partida
Ficha Técnica
BAHIA 0 X 7 CRUZEIRO
Data: 14 de dezembro de 2003
Local: Estádio Fonte Nova, em Salvador (BA)
Público: 25.682 pagantes
Renda: R$ 135.835,00
Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR)
Cartões amarelos:
Bahia: Paulinho, Valdomiro, Emerson e Preto
Gols
Cruzeiro: Alex, aos 13, aos 17, aos 23 e aos 38 minutos do primeiro tempo. Felipe Melo, aos 10 minutos, Alex, aos 21 minutos, Mota, aos 23 minutos do segundo tempo.
Bahia: Emerson; Valdomiro, Gustavo Castro e Accioly; Paulinho (Ramos), Otacílio, Preto, Elias (Gilberto) e Chiquinho; Cláudio (William) e Didi - Técnico: Edinho Nazareth
Cruzeiro: Gomes, Maurinho, Cris, Edu Dracena e Leandro; Augusto Recife (Felipe Melo), Maldonado, Wendel (Zinho) e Alex; Mota e Márcio Nobre (Alex Dias) – Técnico: Vanderlei Luxemburgo
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