Por Lucas Paes
Brasiliense na final contra o Corinthians: vice-campeão da Copa do Brasil em 2002
(foto: Lance!)
Fundado em 1º de agosto de 2000, o Brasiliense teve uma ascensão meteórica no começo deste século. No ano de fundação, ganhou o Campeonato Brasiliense da segundona e no ano seguinte foi vice-campeão brasiliense da primeira divisão. Com isso, classificou-se a Copa do Brasil e a Série C. E é aí que a história começa a mudar.
O Jacaré começou a competição sem muito favoritismo. Na primeira fase, o Jacaré pegou o Vasco, do Acre, e perdeu no primeiro jogo por 2 a 1. Na volta, porém, em Taguatinga, o Brasiliense venceu por 1 a 0, gol de Xavier, para a equipe brasiliense. O time avançou para a segunda fase, onde pegariam o Náutico, time comandado a época por Muricy Ramalho. Era uma parada dura para os estreantes.
No primeiro jogo, em casa, um partidaço na Boca do Jacaré. O Brasiliense, em grande atuação de Wellington Dias, que seria artilheiro daquele time e de Gil Baiano, o Jacaré venceu por 3 a 2 e levou a vantagem para Pernambuco, para tentar bater um Náutico que seria bicampeão pernambucano ainda naquele ano. No segundo jogo, numa partida dificílima, o Brasiliense segurou o 0 a 0 e conseguiu a classificação para pegar o Confiança.
Só o fato de classificar-se diante daquele bom time do Timbu surpreendia, mas o Brasiliense queria mais. Os candangos pegaram o Confiança nas oitavas e tinham a faca e o queijo para ir mais longe. Depois de segurar o empate em 0 a 0 na cidade de Aracajú. No segundo jogo, brilhou de maneira absurda a estrela de Gil Baiano. O lateral marcou os quatro gols da goleada do Jacaré por 4 a 1. No primeiro tempo, Márcio Gaia até chegou a empatar o duelo, mas o gol do lateral do time da casa logo no começo da segunda etapa desmontou o time nordestino, que acabou demolido e justamente eliminado da Copa do Brasil.
A vítima na semifinal foi o Atlético Mineiro
Nas quartas de final, parecia que o sonho acabaria. O adversário era o Fluminense, time forte e que seria semifinalista do Brasileirão daquele ano. No primeiro jogo, em Taguatinga, a Boca do Jacaré ficou pequena para a pressão do time do Distrito Federal, que acabou vencendo por 1 a 0, gol de pênalti de Wellington Dias. Resultado reversível, certo? Errado. Nervoso, o Flu errou muito no Maracanã e o goleiro Murilo viu Wellington marcar após roubar a bola de seus pés o gol que levou o Esquadrão Amarelo para as semifinais.
O Atlético Mineiro vinha com enorme favoritismo contra a surpresa na semifinal. O primeiro jogo, no Mineirão, era tido por muitos como o dia do fim do sonho do Brasiliense. Mas se o Galo tinha Milagres em sua meta, quem alcançou a divindade naquele dia foram Wellington Dias, Gil Baiano e cia. Ainda no primeiro tempo, Gil Baiano botou o Jacaré na frente num golaço de falta. No segundo tempo, Weldon fez o segundo, após falha da defesa do Galo e Wellington Dias, sempre ele, fechou o caixão do Galo. No segundo jogo, dois gols de Wellington Dias garantiram a vaga do Jacaré, que ainda viu o Galo fazer um, que nada adiantou.
Finalista. Ninguém esperava isso daquele time, nem mesmo o próprio Brasiliense. O adversário na final era o Corinthians, considerado o melhor time do Brasil na época. No primeiro duelo, no dia 8 de maio, em um Morumbi abarrotado, Deivid botou o Timão na frente. Mas mal deu tempo do Corinthians comemorar, porque pouco depois, Gil Baiano fez uma jogadaça e Maurício empatou. A polêmica histórica dessa decisão começa aí, porque Símon, que naquele mesmo ano seria o árbitro do pênalti das oito pedaladas, não viu falta de Gil sobre Tiago, mas esse ainda é um lance interpretativo, que, porém, valeu o segundo gol do Corinthians. Pouco depois, porém, Simon ignorou pênalti claríssimo de Anderson em cima de Carioca. O jogo terminou com a vitória do Timão. Simon acabou suspenso até o Brasileirão daquele ano, que ocorreria no segundo semestre.
O segundo jogo da decisão
No segundo jogo, sete dias depois, ainda no primeiro tempo, Wellington Dias botou o Brasiliense na frente, em belíssima cobrança de falta. O resultado daria o título ao time do Distrito Federal. No segundo tempo, o Corinthians voltou bem e empatou com Deivid, artilheiro daquela competição e recordista de gols numa edição só de Copa do Brasil, com 13, recorde posteriormente batido por um tal de Neymar. Depois, Wellington Dias furou uma bola de frente com Dida. O título acabou com Corinthians, nada que tirasse o brilho da espetacular campanha do Brasiliense, que por muito pouco não acabou em título.
O auge da equipe ainda viria. O Brasiliense seria campeão da Série C em 2002 e da Série B em 2004. Na Série A de 2005, porém, acabou rebaixado após péssima campanha. Ainda foi semifinalista da Copa do Brasil em 2007, antes de passar por grande queda e hoje estar apenas na Série D. Este ano, acabou eliminado pelo Campinense, nas oitavas de final.
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