Por Fábio Lázaro
Foto: Saeed Khan/AFP
Fernandinho no gol contra que abriu o placar para a Bélgica
Fernandinho não é Jesus para ser crucificado. E Jesus não ressuscitou para dar vida a seleção, como queríamos. Morremos. E agora o que sobra é achar alguém para crucificar. Talvez seja esse o 7 a 1 de cada o dia, ou o 2 a 1 de cada Bélgica, quando procuramos culpados enquanto eles buscam soluções.
Barbosa? Cerezo? Roberto Carlos? Felipe Melo? Fred? E agora, Fernandinho? Esse é o nosso gol contra, a soberba em não reconhecer a evolução de outrem em detrimento da nossa involução. É nessa que os 200 milhões de treinadores não são técnicos e deixam de reconhecer que a cada gol sofrido por Barbosa, há um gol marcado pelo Ghiggia; a cada bola perdida por Cerezo, há um Paolo Rossi; a cada meia arrumada pelo Roberto, há um Henry; a cada perda de cabeça do Felipe, há um Sneijder; a cada Fred e Fernandinho, vilões individuais, há um heroísmo compartilhado em Alemanha e Bélgica.
A nossa postura coletiva em meio as derrotas da bola só demonstram a individualidade do nosso indivíduo diante das derrotas da vida, onde a culpa é sempre do outro e eu sou infalível.
Fernandinho falhou? Sim, falhou. Como eu e você falhamos em nossa vida cotidiana. Assim como também acertamos. Assim como seguimos em frente. Assim como enfrentamos. E certamente enfrentaremos há quatro anos, para novamente aclamarmos o herói da vitória ou acharmos o vilão da derrota.
É a vida. Imitada pela arte. Da bola. Redonda. Como o mundo. Que dá voltas. Como a vida.
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