Por Victor de Andrade
Roger Milla e Oleg Salenko estão na história das Copas pelos recordes batidos no mesmo jogo
Enquanto o Brasil empatava com a Suécia, em Detroit, nos Estados Unidos, por 1 a 1, e garantia o primeiro lugar do Grupo B da primeira fase da Copa do Mundo de 1994, caminhando para a conquista do título, no mesmo dia, 28 de junho, acontecia uma partida em Palo Alto, no Stanford Stadium, que parecia valer pouco, mas que entrou nas história das Copas por ter a quebra de dois recordes individuais: Rússia 6, Camarões 1.
O jogo valia muito pouco para a Rússia, que com duas derrotas nas primeiras partidas (2 a 0 para o Brasil e 3 a 1 para a Suécia, de virada), precisava golear para tentar uma vaga nas oitavas de final através dos melhores terceiros colocados por índice técnico. Já Camarões, tinha um pouco mais de esperança, já que havia feito um ponto contra os suecos, a vitória poderia colocar os africanos no mata-mata ou coma vitória dos brasileiros no outro jogo ou também pelo índice técnico.
Roger Milla comemorando o gol que entrou na história
Mas o que se viu em campo foi um completo domínio dos russos. Há uma questão que precisa ser deixada clara: os camaroneses estavam em litígio com a Federação local pela questão de premiação ainda pela classificação ao mundial, que não havia sido paga. O que se diz é que os jogadores receberam o dinheiro na véspera da partida e resolveram "comemorar", indo para o jogo totalmente quebrados. Isto ajudou Oleg Salenko a ser tornar um dos recordistas naquele dia. O outro, seria Roger Milla.
Começou o jogo e a Rússia, mais disposta, foi para cima e Salenko, que já havia marcado o até então único gol de seu time na Copa, de pênalti, contra a Suécia, estava em um dia inspirado. Só deu ele no primeiro tempo! O atacante abriu o marcador aos 15', fez o segundo aos 41' e aos 44', de pênalti, levou o jogo para o intervalo com o placar de 3 a 0 para os Russos.
Oleg Salenko marcou cinco gols no mesmo jogo
Para o segundo tempo, o técnico de Camarões, Henri Michel, colocava o ídolo Roger Milla na partida. Já veteraníssimo e voltando de uma aposentadoria só para jogar a sua terceira Copa do Mundo, o camaronês batia o recorde de jogador mais velho a atuar em um Mundial, com 42 anos e 39 dias. Porém, esta marca foi pulverizada em 2014 pelo goleiro colombiano Faryd Mondragón, que com 43 anos e 3 dias, atuou nos minutos finais da partida onde seu time venceu o Japão por 4 a 1.
Mas Roger Milla, na mesma partida, bateu outro recorde, só que este perdura até os dias de hoje. Logo no primeiro minuto da segunda etapa, o ídolo camaronês recebeu na entrada da área, protegeu a bola do zagueiro e bateu na saída do goleiro Cherchesov: Camarões diminuía e Milla, mais uma vez, entrava para a história: é até hoje o gol feito por o jogador mais velho na história das Copas.
Veja os gols da partida
Porém, os recordes nesta partida não pararam. Salenko estava 'endiabrado' e fez o quarto dele e da Rússia no jogo, aos 28'. Dois minutos depois, o próprio atacante fez outro, o quinto dele no embate, mas este era histórico: ninguém havia marcado cinco gols em um jogo de Copa do Mundo e este recorde é dele até hoje.
A Rússia ainda faria o sexto, com Radchenko, aos 36' da segunda etapa, e venceria os camaroneses por 6 a 1. O resultado acabou eliminando as duas equipes daquela Copa do Mundo, mas o jogo acabou ficando para a história pelos recordes individuais de Oleg Salenko e Roger Milla.
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