Por Victor de Andrade
A Seleção Uruguaia em 1954: ainda com boa parte do brilho do título de 1950
A Seleção Uruguaia é conhecida pelo seu brio e por nunca desistir de uma partida. Em sua história, teve duas gerações que marcaram época: a primeira, da década de 20, foi bi-campeã olímpica e conquistou a primeira Copa do Mundo, em 1930, com jogos em Montevidéu. A segunda, ganhou o Mundial de 1950, no Brasil, e se despediu honradamente na Copa de 1954, na Suíça, quando ficou na quarta colocação.
A equipe já tinha vaga assegurada no Mundial da Suíça por ser a então campeã do mundo. Então, o técnico Juan López Fontana, que comandou o Uruguai no título de 1950, resolveu fazer uma mescla com os vencedores Obdulio Varela, Juan Schiaffino e Roque Máspoli, com novidades como José Santamaria e Juan Hohberg (peruano de nascimento). É claro que o mundo só falava nos húngaros, que estavam para completar quatro anos de invencibilidade, mas não se poderia descartar os uruguaios.
A Copa do Mundo de 1954 tinha um regulamento estranho, já que cada seleção enfrentaria apenas dois dos outros três times da chave. Já no sorteio, os uruguaios já sabiam que a Áustria não seria adversária, apenas Tchecoslováquia e Escócia. Realmente, a Celeste não pegaria a principal rival da chave, pelo menos na teoria.
Máspoli e Varela, no jogo contra a Inglaterra
Na estreia, realizada no dia 16 de junho, no Estádio Wankfdord, em Berna o Uruguai enfrentou os tchecos. A partida foi complicada, com os uruguaios tendo dificuldades para furar a defesa adversária. Os gols só saíram na segunda metade da etapa complementar, com Míguez, aos 27', e Schiaffino, aos 31'. A Celeste estreava com vitória na Copa do Mundo.
Três dias depois, os charruas entravam novamente em campo, desta vez no St. Jakob Stadium, na Basileia, para encarar a Escócia. Ao contrário da partida anterior, a Celeste não teve dificuldades e fez fáceis 7 a 0, com Borges (três), Míguez e Abbadie (dois cada) marcando para a equipe, que garantia o primeiro lugar do Grupo 3.
Nas quartas, o adversário do Uruguai seria a Inglaterra. No dia 26, novamente na Basileia, a Celeste conseguia mais uma vitória. Borges abriu o marcador, aos 5', Lofthause, aos 16', empatou para os ingleses. Porém, Obdulio Varela, aos 39', colocou os uruguaios novamente em vantagem. No início da segunda etapa, Schiaffino fez o terceiro, Finney, aos 22', diminuiu, mas Ambrois, aos 33', deu números finais: 4 a 2 para a Celeste, que garantia vaga na semifinal.
Peruano de nascimento, Hohberg se destacou na Copa
No dia 30 de junho, no Stade Olympique de la Pontaise, em Lausanne, o Uruguai encarava a sensação Hungria. Era um jogo em que todos esperavam. Como normalmente sempre fez durante os quatro anos de invencibilidade, os magiares fizeram 1 a 0 aos 13', com Czibor e ampliaram no primeiro minuto do segundo tempo, com Hidekguti.
Porém, como foi destacado logo na primeira linha deste texto, a Seleção Uruguaia não desiste fácil e parecendo com os jogos do quadrangular final da Copa de 1950, eles buscaram o empate com dois gols de Hohberg. O jogo foi para a prorrogação e foi quando apareceu a estrela de Kocsis, que com dois gols, tirou a chance do terceiro título mundial da Celeste. Mas era uma marca interessante: foi a primeira derrota do Uruguai em uma Copa do Mundo.
O Uruguai ainda perderia a decisão de terceiro lugar para a Áustria, por 3 a 1: Stojaspal, de pênalti, abriu o marcador, mas Hohberg empatou minutos depois. Porém, o gol contra de Cruz ainda no início do segundo tempo, desanimou os uruguaios, que ainda tomaram o terceiro no último minuto, com Ocwirk. E assim, a grande geração de Obdulio Varela, Máspoli e Schiaffino se despediam das Copas do Mundo.
Detalhe: Quando o placar estava Hungria 2x2 Uruguai.
ResponderExcluirOs celestes perderam a chance de virar 2 vezes. na 1ª o atacante com o gol quase aberto chutou torto e a 2ª mandou a bola na trave magiar. Procure o jogo no youtube .