Por Lucas Paes
Buffon vai deixar a Juventus, clube em que ele chegou em 2001, neste fim de semana
Gianluiggi Buffon é um dos maiores nomes da história do futebol mundial, um dos melhores goleiros que já existiu e talvez o maior goleiro que já vestiu a gloriosa camisa da Juventus. Porém, o fim da temporada europeia de 2017/2018 marcará o fim de uma era no clube bianconero, pois Gigi deixará de defender a meta bianconera. Ainda não se sabe porém se o lendário arqueiro italiano pendurará as chuteiras ou seguirá jogando, já que ele tem ainda algumas propostas.
O time que este que vos escreve mais gosta na Europa é o maior rival do time que Buffon defendeu. A Inter já “sofreu” diversas vezes com as defesas milagrosas do camisa 1 da Velha Senhora, seja em Milão ou em Turim. Fui testemunha de seus milagres e por mais ódio que exista pelo clube que Buffon defendia, é impossível não venerar a lenda. Será muito estranho assistir um jogo da Juve e não ver Gigi vestindo a camisa 1 e defendendo com unhas, dentes, sangue, suor e coração a meta da Zebra.
Ao contrário de jogadores como Del Piero, Buffon não passou a carreira inteira na Juve. Buffon despontou com o talento extraordinário que tinha desde jovem no Parma. Passou pelos Ducalli no melhor período da história do clube, sendo campeão da Copa da Uefa e da Copa Itália pelo clube. Em 2001, depois de anos de brilho nos Gialloblu foi contratado pela Velha Senhora por 45 milhões de euros, valor recorde para a época. Até hoje é a transferência mais cara da história envolvendo um goleiro. E Buffon mostrou seu valor com sobras e juros.
Buffon quando chegou na Juventus, em 2001
Foram mais de 600 jogos com a camisa Bianconera e este que vos escreve teve o prazer de acompanhar muitos deles. Titular da Seleção Italiana há muitos anos, Gigi foi um dos maiores responsáveis pelo tetra da Azzurra em 2006. Infelizmente para o futebol ele nunca conquistou a Liga dos Campeões da Europa. Felizmente para nós, isso não muda o tamanho da lenda que Buffon foi, é e sempre será. O nome do capitão bianconero está cravado em letras garrafais nos arquivos do esporte bretão.
Mas nem só de futebol era feita a lenda. Buffon é um dos jogadores mais conhecidos por seu caráter e respeito. Numa das demonstrações mais recentes, na ainda dolorida morte de Astori, capitão da Fiorentina e companheiro da lenda na seleção, Gigi escreveu um texto exaltando as qualidades da pessoa que Astori era, numa homenagem emocionada em uma rede social. Mesmo entre os rivais, ele era extremamente respeitado e admirado.
Mas talvez não seja ainda o fim do que este ousa chamar de “Deus das Traves”. Buffon tem propostas. Aos 40 anos, está longe de viver decadência e ainda mostra excelente nível, sempre figurando entre os melhores da posição no mundo. Entre as especulações que surgem, figuram clubes como Real Madrid, PSG, Liverpool, entre outros. Até da América do Sul surgiu interesse, já que o Boca Juniors manifestou a vontade de contar com o arqueiro.
Buffon começou a carreira no Parma
Mas o futuro ainda não foi definido pela divindade das luvas. Qualquer decisão que Buffon tome é inquestionável. Se decidir parar e buscar outros ramos, merecerá aplausos, se decidir continuar, também merece. A esta altura, Buffon não precisa mais provar nada para ninguém, mas sua motivação se mostrou em vários momentos inesgotável e esse não parece ser o momento que vai mudar isso. Mesmo aos 40, ele quer mais.
Seja fora dos gramados ou vestindo alguma nova camisa, o nome de Buffon está cravado na história. Porém, os dias do arqueiro defendendo o escudo da maior campeã do futebol italiana acabarão em breve. Para a felicidade dos rivais, que não terão mais uma barreira quase intransponível a sua frente. Para a tristeza e gratidão dos bianconeros, expressada em um espetacular vídeo no Facebook da Juventus. E, talvez, para a felicidade de alguma torcida que verá Buffon defender seu clube. Ou para tristeza de todos nós, com a aposentadoria da lenda. Seja como for, o futebol, se pudesse, agradeceria pelos serviços da divindade das traves. Grazie Per Tutti, Gigi Buffon. E por favor, não pare.
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