O Anápolis campeão goiano de 1965

Por Victor de Andrade

Em pé: Moraes, Paulinho, Tchê, Wilson, Osmar, Nina, Sorriso e Ali
Agachados: Nelson Parrila, Eudécio, Zezito, Dida e Deca
Os campeões goianos de 1965

O Campeonato Goiano tinha uma particularidade em seus primeiros 20 anos. Nas décadas de 40, quando começou a ser realizado, mais precisamente em 1944, e 50, a competição era dominada pelo Goiânia e Atlético. Na década de 60 houve uma transição, onde primeiro o Vila Nova e depois o Goiás passaram a comandar o futebol local. Porém, durante essa mudança, houveram alguns campeonatos ganhos pelos times de fora da capital e o primeiro deles, em 1965, foi o Anápolis.

O Anápolis foi fundado no dia 1º de maio de 1946, por um grupo de carroceiros. Inicialmente, adotou o nome de Operário Futebol Clube. A ideia era de criação de uma equipe mais popular. Em 1951 muda de nome e passa a ser o Anápolis Futebol Clube. Tudo isso porque o time que se chamava até então Anápolis mudara o seu nome para Anapolina.

Nos torneios anteriores a 1965, tinha acontecido um tricampeonato do Vila Nova (os três primeiros do clube, entre 1961 e 1963) e um do Atlético, em 1964. O Goiás ainda não havia conquistado o estadual, o que aconteceria apenas em 1966. Porém, o clube já havia sido vice-campeão no ano anterior e queria alçar vôos mais altos.

O Campeonato Goiano de 1965 foi realizado no sistema de pontos corridos. E, assim, no início, Goiânia e Vila Nova se revezavam na liderança, com Anápolis e Inhumas vindo logo atrás, na cola. Na 14ª rodada, o Galo da Comarca passou o homônimo da capital do estado, quando venceu o Goiás, e passou a perseguir o Vila Nova em busca da liderança. Na rodada seguinte, veio o primeiro lugar após uma vitória sobre o Botafogo de Buriti, fora de casa, por 2 a 1.

O Anápolis tinha um bom time, com Deca e o artilheiro Nelson Parrila, que foi o maior goleador do certame, com 16 gols. Porém, o Vila Nova continuava perseguindo o time na classificação. O título acabou vindo apenas em 28 de novembro, no Jonas Duarte, em Anápolis, quando as duas equipes se enfrentaram. O treinador Caxambu escalou o seguinte time: Sorriso; Nina, Osmar, Paraguaio e Áli; Genésio e Eudécio; Zezito, Dida, Nelson Parrila e Deca. No banco ficaram nomes como o do goleiro Morais, Baiano e Wilson.

Porém, a torcida teve um baque: com 25 minutos de jogo, o Vila Nova fez 2 a 0, com gols de Ney, aos 2', e Éverton, aos 25'. A vitória colocava o time de Goiânia a um ponto do Anápolis e forçava o Galo da Comarca a vencer sua última partida, que seria contra o Goiânia, fora de casa.

Mas aí surgiu Deca. Ainda no primeiro tempo, mais precisamente aos 33', ele fez o primeiro do time da casa. Depois do intervalo, o Anápolis foi com tudo para cima e aos 17', ele empatou o jogo. Mas teve mais: aos 42', Dida balançou as redes e marcou o gol que deu o título de campeão goiano ao Galo da Comarca, o primeiro time de fora da capital a conquistar o estadual.

O Anápolis nunca mais conseguiu conquistar a taça. O Crac de Catalão venceria em 1967 tornando-se o segundo do interior a repetir o feito, mas aí entraria a fase de domínio do Goiás, que de nenhum título conquistado até 1965, passou a ser o maior vencedor do Estado já no final da década de 90. O Galo da Comarca sentiu o 'cheiro' do título em três oportunidades: 1968, quando perdeu a taça para o Goiânia, 1995, na revanche do Vila Nova, e a última delas em 2016, quando o Goiás foi campeão.
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2 comentários:

  1. No ano de 1965, quando o Anápolis foi campeão goiano de futebol, eu tinha 15 anos de idade e, ao lado do meu papai João de Sousa Ramos e meu irmão Celio de Sousa Ramos, estávamos presente assistindo o jogo e vibramos muito com a Vitória do galo e a conquista do título!
    Foi sensacional e jamais esquecerei tal triunfo!
    Este titulo

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  2. Em 1965 eu tinha onze anos e assisti o jogo do Anápolis na final. Além da virada no placar o que me marcou foi o momento do gol da vitória. Estava torcendo para o Anápolis agarrado no alambrado quase no meio de campo. Estava chovendo. Ao meu lado estava um torcedor que para mim na época era velho . Quando o Dida fez o terceiro gol ele que estava agarrado no alambrado desabou para trás e não levantou mais . Depois disso só alegria!

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