Por Victor de Andrade
Após o fim do Campeonato Paulista de 1994, o Santos FC, que havia ficado em quarto lugar no estadual, começou a se preparar para a disputa do Brasileirão, e passou a apresentar alguns reforços. O maior deles era o meia Neto, ex- Corinthians e com passagem pela Seleção Brasileira, que vinha de um primeiro semestre fraco pelo Atlético Mineiro.
No meio destas contratações, os dirigentes do Alvinegro trouxe também um jogador chamado Marcelinho, que vinha de um Corinthians. Alguns acharam que era o que recebeu a alcunha de Carioca, que já estava no clube do Parque São Jorge fazendo belos gols de falta. Porém, na verdade, o jogador que veio era o que depois seria conhecido como Marcelinho Paraíba, cujo passe estava atrelado ao Corinthians Alagoano.
Marcelo dos Santos, nascido em 17 de maio de 1975, tinha começado a carreira na Campinense, de sua terra natal, Campina Grande. No início de 1994, empresários o contrataram, amarraram o seu passe junto ao Corinthians Alagoano e o mandaram para São Paulo, onde jogou a Divisão de Acesso pela Paraguaçuense. O Santos o viu atuar e resolveu contratá-lo junto com o zagueiro Narciso. Ambos vieram por empréstimo para a Vila Belmiro.
Marcelinho Paraíba tinha uma concorrência de meias conhecidos no futebol brasileiro, como o próprio Neto, Ranielli e Paulinho Kobayashi e, por isto era pouco aproveitado no Santos. "Era muito jovem. No Paraguaçuense, fiz 11 gols, fui o melhor jogador da equipe e acabei emprestado ao Santos, junto com o volante Narciso. Tive dificuldade por ser inexperiente e nordestino. Há 20 anos, os nordestinos sofriam uma barreira nos clubes do Sudeste e do Sul. Fiquei meio escanteado, quase não jogava", disse ele, em entrevista.
Porém, ainda durante o Brasileirão, chegou ao Peixe um meia que começou a atuar bem com no clube: Giovanni. Como na competição o Santos ficou apenas em nono, houve uma limpa no elenco para 1995 e o clube resolveu dispensar alguns atletas, entre eles Marcelinho Paraíba. Narciso, que tinha vindo com ele da Paraguaçuense, e Giovanni ficaram para o ano seguinte e viraram principais jogadores da equipe vice-campeã nacional de 1995. Aliás, o meia acabou se tornando um dos grandes ídolos da história do clube.
Muitos disseram que o Marcelinho Paraíba tinha talento, mas que a camisa do Peixe havia pesado, o que foi negado pelo atleta. "Eu precisava de um período de adaptação, mas a camisa não pesou. Admito que fiquei admirado em entrar no vestiário que Pelé , Coutinho e tantos outros estiveram, foi emocionante", explicou. No total, o meia fez 16 jogos pelo clube.
Marcelinho Paraíba saiu do Santos e foi para o Rio Branco de Americana, onde foi bem e acabou sendo contratado pelo São Paulo em 1997, onde foi bem. O meia também teve boas passagens por Grêmio e no futebol alemão, e chegou até a Seleção Brasileira, onde disputou jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2002, ficando de fora da lista final de Felipão para o Mundial, não estando entre os 23 do penta. O jogador vem atuando ainda, mesmo com mais de 40 anos, e defendeu o Treze, também de Campina Grande, no Paraibano de 2018.
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