Por Fábio Lázaro
Fotos: Josep Lago/AFP
O Camp Nou fez uma grande festa para a despedida de Iniesta do Barcelona
O destino poderia ter sido menos maldoso conosco e pular o penúltimo final de semana de abril de 2018. Não só para cair direto na decisão da Champions League, mas principalmente para nos poupar de tão amargo adeus. Talvez lá no ano que vem é que venhamos a entender como passou tão rápido. Não esta temporada do futebol, mas a grande passagem de Andrés Iniesta pelo Barcelona.
Quando as luzes do Camp Nou se apagaram, Iniesta ainda estava lá. Provavelmente se despedindo a luz do escuro do palco que mais o viu brilhar. A casa do Barça foi também a sua casa e viu o seu surgimento, as suas maiores atuações, mas não o seu ponto mór de estrelato.
Soccer City, Johanesburgo, África do Sul. 11 de julho de 2010. O tempo regulamentar já tinha esgotado e a prorrogação caminhava para o final. Três minutos separavam a decisão da Copa do Mundo FIFA, entre Espanha e Holanda, da marca da cal. Ou melhor, três minutos separavam a decisão da Copa do decisivo Iniesta. Aos 12 minutos do segundo tempo extra, Andrés recebeu a bola na meia direita na entrada da grande área e com olhos fitos na meta, como um touro fixo na vermelha bandeira do toureiro, encheu o pé com toda fúria espanhola para encher o coração espanhol de emoção. É de Iniesta o gol da única copa da Seleção Roja.
E Iniesta só não foi além, pois alguém do além jogava junto com ele, Lionel Messi. Numa injustiça humana, sempre decidiram que Messi era o melhor jogador do planeta à frente de Ini, mas esqueciam sempre que Messi é tudo, menos do Planeta Terra.
Muitos consideram o meia o melhor espanhol de todos os tempos
Talvez sempre colocaram o argentino em um patamar acima do espanhol, pois sabiam que Iniesta nunca foi só um, foi dois. E a chave para desvendar esse segredo é o Xavi que o acompanhou desde as Canteiras da Catalunha. Era o cara naoqual Iniesta trocava as camisas 6 e 8 entre clube e seleção com a mesma naturalidade em que trocava passes no Barcelona e na Espanha. Exímio exemplo de regularidade contínua, que não dependia de camisa vestia. As metades da laranja, dois “armantes”, dois irmãos.
Mas foram mais que duas forças que se atraíram. Eram muitas. Imantado-a com a bola no pé. Cerebrais.
Sonho lindo de se ver. E nós vimos.
Iniesta, eu já tô morrendo de saudade de você.
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