Por Diely Espíndola
Com 3 a 1 no placar, Túlio aproveitou falha na defesa do adversário para marcar de calcanhar
Libertadores, 1996.
Depois de quase 30 anos, o Botafogo voltava à disputa pela conquista das Américas, graças ao título Nrasileiro de 1995, um dos mais comemorados pelos alvinegros até hoje. Mais do que a volta à Libertadores, mais do que o grito de campeão, o título de 1995 deu ao Botafogo também um ídolo, daqueles que representam com maestria o futebol dos anos 90: irreverente, carismático, provocador e decisivo, Túlio Maravilha entrou para a história do Glorioso como um dos grandes heróis do maior título recente do clube.
Imã de holofotes, Túlio não se contentava em ser apenas jogador. Não havia jogo morno com Túlio em campo. Se a partida não empolgava, o camisa 7 fazia dele próprio o espetáculo. Gols inusitados, belos dribles e muita polêmica marcaram toda a carreira do jogador, que não teve um ponto final até que batesse a marca dos mil gols. Túlio Maravilha por si só é uma bela história a ser contada, uma história composta de outras pequenas histórias, eternas no imaginário do torcedor, principalmente o torcedor alvinegro. Uma dessas histórias é a que lembraremos aqui.
Estádio Jornalista Mario Filho, o Maracanã, 26 de março de 1996.
Ainda saboreando as primeiras partidas da competição continental, o Botafogo entrava em campo contra o chileno Universidad Católica. Uma partida típica de sul-americanos, com um futebol mais raçudo do que técnico e uma boa dose de pancadaria. Apesar das dificuldades no início do jogo, aos poucos, o Fogão foi construído o marcador a seu favor.
Já vencendo por 3 a 1, o Botafogo não poderia encerrar a partida sem um grande lance de Túlio, e assim foi. Já no fim da partida, após cruzamento de Beto, a bola acha seu destino certo: os pés de Túlio Maravilha. E o quarto gol do Botafogo sobre a equipe chilena foi daqueles de entrar pra história.
Confira os gols da partida e reportagens após o jogo
E vindo de Túlio, não poderia ser um gol qualquer. Após receber o cruzamento, totalmente livre Túlio caminha calmamente até o gol, levanta a bola, e de calcanhar balança as redes. Mais uma vez, como em tantas outros, Túlio Maravilha levanta a torcida alvinegra e a encanta com um show de graça, genialidade e irreverência.
No momento, por incrível que possa parecer, os jogadores do Universidad Católica não esboçaram reação. Depois da partida é que demonstraram muita revolta, dizendo que foi uma atitude antidesportiva. A diretoria do clube chileno chegou a ameaçar entrar com pedido de suspensão do centroavante na Conmebol. Em 12 de abril, no jogo de volta, em clima de revanche, a Católica venceu o Fogão por 2 a 1 e Túlio não participou da partida.
No momento, por incrível que possa parecer, os jogadores do Universidad Católica não esboçaram reação. Depois da partida é que demonstraram muita revolta, dizendo que foi uma atitude antidesportiva. A diretoria do clube chileno chegou a ameaçar entrar com pedido de suspensão do centroavante na Conmebol. Em 12 de abril, no jogo de volta, em clima de revanche, a Católica venceu o Fogão por 2 a 1 e Túlio não participou da partida.
A jornada do Botafogo na Libertadores daquele ano não foi muito longa. Mas como poucas vezes na história da competição, o gol do polêmico calcanhar de Túlio segue sendo lembrado. E com ele, também lembramos de um futebol divertido, irreverente, muito cheio de si, e que faz muita falta. Um futebol que Túlio Maravilha representou com maestria!
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