O Egito na Copa do Mundo de 1934

Por Victor de Andrade

O Egito na Copa do Mundo de 1934: a primeira das duas participações da Seleção

Considerada uma das maiores seleções da África na história, tendo sido campeão continental em sete oportunidades, o Egito estará na Copa do Mundo da Rússia em 2018 em um grande momento para a equipe, já que uma das grandes sensações do futebol europeu atualmente é Mohamed Salah, do Liverpool.

Porém, Os Faraós são conhecidos por quase sempre baterem na trave nas Eliminatórias e dificilmente conseguirem a vaga para o Mundial. Só para se ter uma ideia, o Egito fica atrás, em número de participações, de seleções como a de Camarões, Nigéria, Marrocos, Argélia e Tunísia.  Esta é apenas a terceira vez que os egípcios estarão na Copa, as outras duas vezes foram em 1934 e 1990, ambas na Itália. E vamos falar da primeira vez em que eles jogaram o Mundial.

Para a segunda edição Copa do Mundo, realizada em 1934, na Itália, por causa do número de 32 inscritos , a Fifa organizou uma Eliminatória para definir os 16 participantes do Mundial (sim, o país-sede teve que jogar, foi a única vez em que isto aconteceu). Entre as vagas, uma ficou para o Oriente Médio, já que o Egito e a Palestina (então colônia inglesa, formada por palestinos e judeus no território onde hoje fica Israel) resolveram tentar a sorte.

Capitães de Egito e Palestina, antes da partida pelas Eliminatórias

Para a disputa da vaga no Oriente Médio, foi determinado um play-off entre as duas equipes. Se em caso de dois resultados iguais, uma terceira partida, em campo neutro, seria realizada. No dia 16 de março de 1934, as seleções entraram no British Army Ground, no Cairo, para o primeiro jogo, que foi um passeio egípcio. Rafai, três vezes, Taha, duas, e Latif, com Nudelmann descontando, construíram o placar de 7 a 1.

O segundo confronto foi realizado em 6 de abril, no Tamarim Field, em Jerusalem, e o Egito novamente tomou conta da partida. Rafai, duas vezes, Latif e Fawzy marcaram para Os Faraós, enquanto Suknik fez o gol de honra da Palestina. Com as duas vitórias, o Egito se tornava o primeiro país fora da América e da Europa a jogar uma Copa do Mundo.

O formato do Mundial de 1934, que também foi feito quatro anos depois, era cruel! Mata-mata desde a primeira fase. Em resumo, se perdesse na estreia, a equipe se despedia da competição. Em caso de empate, era realizado um jogo desempate 48 horas depois. Considerado o azarão na competição, o Egito acabou sendo sorteado para enfrentar a Hungria.

O goleiro egípcio, Mansour, em ação durante o Mundial

Então, no dia 27 de maio, menos de dois meses depois de garantir a classificação para a competição, a Seleção Egípcia entrava no gramado do Estádio Giorgio Ascarelli, em Nápoles, para encarar os húngaros. E quem achou que os magiares iriam passear em campo, ficaram espantados com a disposição d'Os Faraós, que venderam caro a derrota.

A Hungria abriu o marcador aos 11 minutos, com Teleki, e ampliou aos 27', com Todi. Porém, os egípcios acordaram e foram buscar o empate ainda no primeiro tempo, com dois gols de Fawzi, aos 31' e 39'. Os presentes já estavam se perguntando se iria acontecer alguma surpresa, já que ninguém esperava o bom desempenho dos africanos.

Na segunda etapa, os húngaros impuseram o seu ritmo e construíram o placar que lhes deram a vitória, com gols de Vincze, aos 8', e novamente Todi, aos 16'. Os 4 a 2 no marcador eliminaram Os Faraós de sua primeira Copa do Mundo e eles demorariam 68 anos para voltar a disputar a competição, já em 1990, novamente na Itália. Mas isto já é tema para um outro dia.
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