Adhemar no Stuttgart

Por Victor de Andrade

Em sua estreia pelo Sttutgart, Adhemar marcou três gols. Foi o seu melhor jogo na Alemanha

O atacante Adhemar Ferreira de Camargo Neto, ou simplesmente Adhemar, ficou conhecido no futebol brasileiro por dois motivos: o primeiro por ter aparecido tarde para os grandes centros da modalidade no país, com 28 anos. O segundo, foi por causa de seus chutes fortíssimos, que surpreendia os goleiros adversários.

Suas patadas de perna direita (ele dizia que a força veio de treinos onde chutava as "medicine balls", que são bem mais pesadas que as bolas de futebol), ajudaram muito o São Caetano ser a grande surpresa da Copa João Havelange de 2000, onde desbancaram grandes clubes do futebol brasileiro, como Fluminense, Palmeiras e Grêmio, sendo derrotado apenas na final, pelo Vasco da Gama.

Por causa de suas atuações, Adhemar foi cobiçado por grandes clubes do futebol brasileiro e internacional. Assim, depois da final da Copa João Havelange, realizada já em 18 janeiro de 2001, por causa da confusão que aconteceu no jogo que decidiria a competição, em 30 de dezembro (para saber mais, confira aqui), o atacante foi para a Alemanha, para defender o Stuttgart, que pagou €$ 1,5 milhão para tirá-lo do São Caetano.

Marcou nove gols em 39 partidas na Alemanha

Muitos ficaram com dúvidas se um jogador prestes a completar 29 anos, que até o primeiro semestre de 2000, só jogava divisões de acesso do futebol paulista, iria dar certo no futebol alemão. Porém, com a anuência do treinador Ralf Rangnik, a primeira impressão foi a de que ele iria arrebentar em termas germânicas: na estreia, o Stuttgart goleou o Kaiserslautern por 6 a 1 e Adhemar marcou três vezes.

É claro que o ritmo de gols não foi o mesmo, mas ao fim da temporada 2000/2001, Adhemar ajudou o Stuttgart a ficar em 15º lugar na Bundesliga e escapar do rebaixamento. Foram oito gols do atacante que tinha vindo do São Caetano na competição. Números bons para quem chegou no meio da temporada, sem tempo para adaptações e em um time que brigava contra a degola.

A situação de Adhemar no time germânico mudou na temporada seguinte. Ralf Rangnik deu lugar a Felix Magath no comando técnico da equipe e o atacante foi perdendo espaço. Na sua primeira temporada completa na Alemanha, ele marcou apenas um gol e nas últimas partidas da equipe na Bundesliga, já em 2002, ele não era nem relacionado para as partidas.

Chegou a atuar careca em terras germânicas

Como Felix Magath fez com que o time ficasse no meio da tabela na temporada 2001/2002, com desempenho melhor do que na temporada passada, o treinador ganhou força e Adhemar, vendo que não iria jogar, pediu para ser negociado. No total, acabou fazendo 39 jogos pelo Stuttgart, marcando em nove oportunidades.

Acabou voltando para o São Caetano, onde defendeu a equipe no Brasileirão de 2002. Depois, ele jogou na Coreia do Sul (Seongnam), Japão (Yokohama F. Marinos), teve uma outra volta para o São Caetano em 2006 e ainda passou pelo Serrano e Lemense, onde encerrou a carreira em 2012, com 40 anos.
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