Por Lula Terras
Craque e uma das 'feras de Saldanha', Dirceu Lopes foi preterido por Zagallo na Copa
A época de ouro do futebol brasileiro revelou grandes craques, muitos deles com o devido reconhecimento, já outros, injustiçados, muito pelos jogos de interesse que sempre imperaram no mundo da bola. Um exemplo desses é o mineiro de Pedro Leopoldo, Dirceu Lopes, que fazia parte da Seleção Brasileira, que disputaria a Copa do Mundo de 1970, no México, mas acabou cortado pelo treinador Mário Jorge Zagallo, sob o argumento de já haver muitos jogadores para a posição de meia.
Dirceu Lopes Mendes, que também ficou conhecido como Príncipe, pela qualidade demonstrada no meio de campo, principalmente no Cruzeiro, de Belo Horizonte, no período de 64 a 77. Ele foi o grande maestro da equipe mineira, na conquista de nove títulos estaduais, e a Taça Brasil de 1966, seu maior feito, justamente contra o grande Santos FC, melhor time do Mundo, naquele período.Teve passagens, também pelo Fluminense, do Rio de Janeiro, 77 e 78, e Uberlândia, entre 78 e 80.
Para quem não o viu jogar, Dirceu Lopes, no alto de seus 1,62 metros foi titular absoluto nos 12 anos, em que atuou no Cruzeiro. Habilidoso e veloz, sua principal característica era arrancar pelo meio de campo, com a bola dominada até a área adversária, vencendo seus marcadores com dribles desconcertantes, tendo ao seu lado outro monstro do futebol brasileiro, Tostão, com quem fez uma das maiores duplas da história do futebol.
Dirceu, Piazza e Tostão era o trio cruzeirense na Seleção
Esse seu perfil que fez com que o jornalista e treinador, João Saldanha o convocasse para a Seleção Brasileira, que estava se preparando para a Copa do Mundo de 1970, onde disputou 19 jogos, e assinalou quatro gols, atuando até na posição de centro avante, num jogo contra a Argentina, por opção do treinador que o tinha como seu atleta mais importante, portanto, figura certa na Copa do Mundo. Mas, foi justamente na Seleção Brasileira, onde sofreu a maior decepção da carreira,
Com a saída de Saldanha, por questões políticas, seu sucessor, Mario Jorge Zagallo acabou por deixa-lo de fora da convocação final, sob a alegação de já haver muitos jogadores para a sua posição. Quando perguntado sobre o fato de ter pedido a chance de integrar a seleção do Tri-campeonato Mundial, Dirceu disse não gostado da argumentação do treinador, por ter visto as coisas acontecendo. Na época preferiu não brigar pelo espaço e acabou cortado do elenco. Para ele, foi a maior decepção que sofreu no futebol, embora ela garanta que o fato não tenha trazido problemas emocionais no restante de sua carreira, nem na vida pessoal.
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