Por Lula Terras
Não é torcer contra, mas sim ficar de olho se políticos não vão se beneficiar com as vitórias
O jogo amistoso Brasil 3 x 0 Rússia, realizado no início da tarde desta sexta-feira, em Moscou, na Rússia, serviu mais que um teste visando as possibilidades do time brasileiro na Copa do Mundo, a ser realizada entre 14 de junho e 15 de julho , na própria Rússia. O resultado certamente agradou o torcedor comum, que espera uma grande participação e a conquista do título para apagar, de vez, os insucessos anteriores. Deve ter agradado, também, os deputados federais, que integram a chamada Bancada da Bola, que defende os interesses dos clubes de futebol, CBF e Federações Estaduais.
Para esse pessoal, o motivo de preocupação é maior, em relação a um novo fiasco, como aconteceu em 2014, pelas duas derrotas vexatórias, contra a Alemanha, por 7 a 1, e Holanda, por 3 a 0. O espaço de apenas três meses, entre a realização da Copa e as eleições de outubro, será bem curto e difícil de reverter de forma positiva a conquista dos votos. E já falo aqui: é claro que não é para torcer contra a Seleção Brasileira e sim ficar de olho em quem quer se aproveitar do sucesso do time Canarinho.
Para esses deputados, e também outros que não detém mandato, mas trilham o mesmo caminho rumo à Brasília, esta Copa pode ser o tudo ou nada, em relação às eleições de outubro próximo. Se o Brasil cumprir seu papel, a passagem do tempo será menos penosa. Eu, particularmente, espero que esse pessoal não obtenha sucesso nas eleições, com o Brasil campeão ou não, pois a atuação desta bancada não apresentou nada de útil para o crescimento do futebol, apenas atuou em defesa de interesses discutíveis, usando um termo menos agressivo.
Até poderia ver com bons olhos a eleição desse pessoal, caso sua missão fosse positiva de verdade para clubes, federações, mas, principalmente, na geração de políticas que garantam uma sobrevida aos milhares de atletas profissionais, e os, em formação, com especial atenção para aqueles que não fazem parte do elenco de grandes clubes, com grandes salários e apoio financeiro de grandes empresas, que se utilizam da mídia especializada, para divulgar seus produtos.
É triste saber que a imensa maioria dos nossos futebolistas é obrigada a se submeter a contratos de curta duração, com clubes, que não contam qualquer estrutura financeira para se movimentar durante o ano inteiro. A elaboração de um calendário sério e que privilegie a todos os clubes, certamente seria um alento para os pequenos clubes e para os atletas, que disputam competições regionais no início do ano, e ficam parados nos meses seguintes. Fica minha sugestão aos políticos que, gostam do futebol de verdade.
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