A embaixadinha de Edilson, que causou toda confusão na final do Paulistão de 1999
Corinthians e Palmeiras têm, com certeza, a maior rivalidade no futebol paulista e no final da década de 90 isto ficou ainda mais forte. Na época, os dois clubes tinham verdadeiros esquadrões: o Timão apoiado primeiro pelo Banco Excel e depois pela Hicks Muse e o Verdão pela Parmalat. As equipes protagonizaram diversos confrontos eletrizantes naquele momento, entre eles a final do estadual de 1999, vencida pelo Alvinegro, que terminou em confusão depois das embaixadinhas feitas por Edilson. Aliás, esta decisão do Paulistão foi a última entre as duas equipes, que voltam a testar forças na final de 2018.
Foi um Paulistão onde as duas equipes mostraram muita força. Mesmo dando prioridade para a Copa Libertadores da América, chegando a jogar algumas partidas com reservas, Palmeiras e Corinthians chegaram às semifinais em segundo lugar em seus grupos, atrás, respectivamente, de São Paulo, que teve a melhor campanha na primeira fase, e Santos.
Porém, antes de falarmos das semifinais, vamos voltar à competição sul-americana, onde nas quartas-de-final, Verdão, dirigido por Felipão, e Timão, treinado por Oswaldo de Oliveira, se enfrentaram. Depois de uma vitória por 2 a 0 para cada lado, com ambos os jogos sendo realizados no Morumbi, o Palmeiras levou a melhor na decisão por pênaltis, causando revolta no elenco corintiano.
Depois, foi um quebra-pau que envolveu praticamente todos os jogadores
Nas semifinais, o Corinthians, já jogando com time completo, mesmo em desvantagem de dois resultados iguais, eliminou o São Paulo com uma vitória por 4 a 0 no primeiro jogo e depois um empate em 1 a 1. Já o Palmeiras, que tinha a vantagem sobre o Santos, passou com dificuldades, pois ainda poupava titulares para a Libertadores: foi derrotado por 2 a 1 no primeiro jogo e perdia por 1 a 0 o segundo embate até os 35 do segundo tempo. Porém, Oséas e Paulo Nunes, que entraram no decorrer da partida, colocaram o Verdão na decisão.
O primeiro jogo ocorreu em 13 de junho, no Morumbi, foi atípico. Com a final da Libertadores marcada para três dias depois, contra o Deportivo Cali, o Palmeiras foi para aquele jogo contra o Corinthians com um mistão. O Timão aproveitou a oportunidade e não deu chances: 3 a 0, com gols de Edilson, Marcelinho Carioca e Dinei.
A segunda partida, marcada para o dia 20 de junho, no mesmo Morumbi, tinha um clima diferente. O Corinthians foi a campo com uma mão na taça pelos 3 a 0 do primeiro jogo. Porém, a torcida do Palmeiras estava em festa, já que no meio de semana havia conquistado a tão sonhada Libertadores, título que até aquele momento o Timão não havia conquistado. Ou seja, o clima era de provocação dos dois lados.
Paulo Nunes e Edilson foram os que mais provocaram
Antes do jogo os ânimos estavam acirrados, muita provocação durante a semana, jogadores trocando ofensas e se ameaçando. Dentro de campo Marcelinho colocou o Corinthians em vantagem aos 34 minutos do primeiro tempo. O Palmeiras virou com Evair aos 36 e aos 39 ainda da primeira etapa.
Na volta do segundo tempo o jogo continuou pegado, muitas faltas violentas e várias oportunidades de gol. Aos 28 minutos do segundo tempo, após linda jogada de Ricardinho, Edílson marca o segundo gol do Corinthians, empatando a partida.
Com o título mais que garantido, aos 32 minutos, Edílson recebeu a bola no meio de campo e começou a fazer embaixadinhas e passou a bola pelas costas. Prontamente, o lateral do Palmeiras, Junior, veio pra cima de Edílson, que se esquivou do chute violento. Paulo Nunes, que era um dos mais falastrões, veio pra cima de Edílson pra agredi-lo e então começou a briga generalizada.
Confira os melhores momentos e a confusão ao fim da partida
Edílson chutou Paulo Nunes que rolou pelo gramado, jogadores correram do banco de reservas pra brigar. O Goleiro reserva do Corinthians, Renato, deu uma gravata em Roque Junior jogou-o no chão e correu pro vestiário. Com os ânimos um pouco acalmados (não totalmente), os corintianos comemoravam o título com sua torcida, enquanto os jogadores do Verdão mostravam as faixas de campeões da Libertadores para os palmeirenses.
Após essa confusão generalizada o juiz Paulo César de Oliveira encerrou a partida e o Corinthians, mesmo com o jogo não tendo ido até o fim do tempo regulamentar, comemorou mais um título de campeão paulista.
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