Com informações do site oficial do São Paulo FC
Está completando 21 anos do primeiro gol de Rogério Ceni, que foi marcado em Araras
Por conta da incrível trajetória como goleiro, Rogério Ceni gravou o próprio nome na eternidade com inúmeros recordes e conquistas, coletivas ou pessoais. E uma delas, certamente a mais peculiar para um atleta desta posição no esporte, é o símbolo da carreira dele: 131 gols marcados. Estes gols tiveram início há exatos 21 anos, quando o goleiro executou uma cobrança de falta que mandou a bola ao fundo das redes de Adinam.
Naquela tarde de sábado, 15 de fevereiro de 1997, quando o relógio marcava 16h44 em Araras – interior de São Paulo – o volante Ricardo Lima, do União São João, cometeu falta em cima de Adriano, perto da grande área do time local e, por essa infração, o adversário recebeu o cartão amarelo. Para a cobrança, apresentou-se Rogério Ceni, que se deslocou da própria meta para a do rival correndo. Ele, então recém promovido ao posto de principal goleiro são-paulino, não se intimidou com o inusitado do fato e nem os olhares atravessados.
O jogo, realizado no Estádio Hermínio Ometto e válido pela segunda rodada do Campeonato Paulista, estava 0 a 0 e perto de ter a primeira etapa encerrada. Com 45 minutos de bola em jogo, Rogério Ceni tinha, aos pés, a chance de pôr o Tricolor à frente do placar. Mas não era somente isso que estava em questão àquela altura.
Ele já vinha treinando e ganhando a confiança de Muricy
(reprodução: O Estado de São Paulo)
Rogério Ceni foi escolhido por Muricy Ramalho como o cobrador de faltas oficial do time logo no primeiro dia de titular absoluto no gol do Tricolor – um jogo amistoso contra o Colo-Colo, no Chile, em 3 de dezembro de 1996 (ocasião em que o treinador espantou a todos com essa postura, mas que, curiosamente, não teve nenhuma falta perto da área para que o goleiro pudesse cobrar).
Apesar de treinar exaustivamente essa jogada desde 1995 e tendo executado até então mais de 15 mil tentativas no CT da Barra Funda, Rogério talvez não permanecesse nessa posição caso errasse aquela cobrança. Adriano, o camisa 10 do Tricolor que sofrera justamente a falta onde esta história começou, era forte candidato a assumir o posto.
Coluna de Mauro Beting no hoje extinto Folha da Tarde
Isso, pois, o goleiro já havia batido quatro faltas em jogos oficiais naquele início de temporada de 1997, não sendo bem-sucedido em nenhuma delas. Já Adriano, "o concorrente", havia marcado dois gols de falta nesse período (contra Fluminense e Flamengo). Muricy bancava o sonho de Rogério Ceni - afinal, era ele quem mais se dedicava ao assunto – mas a paciência da torcida com o que muitos chamavam de "brincadeira" acabaria?
A quinta tentativa definiu o futuro de Rogério Ceni, do Tricolor e dos tricolores por todo o mundo. O goleiro ajustou o posicionamento dos companheiros na barreira e partiu para a cobrança e o o grito de gol, que estava entalado na garganta, veio à tona!
A comemoração que se seguiu foi uma mistura de êxtase e incredulidade. Sim! Um goleiro, um goleiro novato, havia acabado de marcar um gol com a camisa são-paulina! E que golaço! O arqueiro oponente Adinam ainda chegou a tocar na bola, mas não teve como impedir o destino.
Veja como foi o primeiro gol de Rogério Ceni
Ficha Técnica
UNIÃO SÃO JOÃO 0 X 2 SÃO PAULO FC
Data: 15 de fevereiro de 1997
Local: Estádio Doutor Hermínio Ometto - Araras-SP
Público: 5.174 pagantes
Renda: R$ 51.395,00
Árbitro: Wilson Souza de Mendonça
Gols
São Paulo FC: Rogério Ceni (falta), aos 45' do primeiro tempo; Serginho (pênalti), aos 8' da etapa complementar
União São João: Adnan; Chiquinho, Maciel, Julio César e Ivonaldo; Lico, Ricardo Lima, Reinaldo (Valdo) e Paulo César/capitão; Sairo (Léo) e Odair (Pedrinho) - Técnico: Lula Pereira
São Paulo FC: Rogério Ceni; Cláudio (Alberto), Rogério Pinheiro, Bordon e Serginho; Nem, Axel, Marques e Adriano (Uéslei); Denílson e Dodô (Catê) - Técnico: Muricy Ramalho
0 comentários:
Postar um comentário