Por Alexia Faria
Adriano Gabiru quase não foi relacionado para o Mundial e depois fez o gol do título
No esporte em geral, as pessoas vivem um relacionamento de amor e ódio com o seu time. E, na hora das críticas essa relação não muda. Aplaudir no melhor momento, e vaiar na “crise”, essas são as regras de todos os torcedores, seja no estádio, em casa ou no barzinho.
Se você é mais novo, e acha que antigamente essas coisas não aconteciam, está enganado; agora, se você sabe que essa característica não é só da geração denominada como “7 a 1”, vai se lembrar do primeiro caso que escolhemos.
O ano era 1959. Brasil recém campeão do mundo, enfrentou a equipe da Inglaterra no Maracanã lotado. As 117 mil pessoas presentes estavam prontas para ver o “anjo das pernas tortas”, o craque Garrincha. Mas naquele dia 13 de maio, a Seleção Brasileira tinha um outro camisa 7. Quem era ele? Julinho Botelho.
O ponta-direita, que veio das categorias de base do Juventus, da Mooca, entrou em campo a baixo de vaias. E toda vez que tocava na bola, recebia mais um pouco do “carinho da torcida”. Como um jogador raiz, Botelho não se deixou levar pelas críticas. Aos sete minutos, e sendo o seu segundo lance na partida, Julinho calou a torcida. Ali ele saiu das vaias e foi para os aplausos. O homem que curvava homens, curvou também o Maracanã.
Julinho, o primeiro em pé: das vaias aos aplausos no Maracanã
E não parou por aí. Ele também ajudou no segundo gol da Seleção. Num cruzamento para Henrique, centroavante do Flamengo, ele deixou sua assistência.
Anos após Julinho Botelho, no outro lado do mundo, Adriano Gabiru foi mais um jogador que “calou o estádio”. A final do Mundial de Clubes de 2006 ficou marcado por dois lados: o primeiro, “Por que Abel colocou Gabiru em campo?”; e o segundo lado foi “Graças a Deus que ele estava lá”.
O meia também soube dar uma resposta a alturas aos seus “corneteiros”. Marcou o gol da vitória do Inter contra o Barcelona, após entrar no lugar de Fernandão. Predestinado, dentro da área, Gabiru sob vaias e críticas da torcida, marca e corre de braços abertos para comemorar o tento.
Em entrevistas ele declara que na hora pensou que era penas mais um gol normal, mas como sabemos, esse gol ficou marcado na história – não só do Internacional. Ele também comenta, “Foi maravilhoso. O torcedor vinha e pedia ‘Me perdoa, Gabiru’”.
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