Por Lucas Paes
Bebeto no jogo contra o Borussia Dortmund, na final do Mundial: o único pelo Cruzeiro
Em 1997, após conquistar o bi-campeonato da Libertadores, o Cruzeiro sofreu no Brasileirão. Escapando por apenas dois pontos do rebaixamento. Considerando a disputa da Copa Intercontinental, o Mundial Interclubes, no final daquele ano, o time de Minas Gerais sabia que devia reforçar o elenco para a disputa diante do Borussia Dortmund, campeão europeu que contava com um bom time e com um infernal Lars Ricken e com um ótimo Moller.
As vésperas da disputa, no dia 14 de Novembro, os Celestes trouxeram para reforçar sua equipe José Roberto Gama de Oliveira, o craque e então campeão mundial pela Seleção Brasileira Bebeto. Nascido em 16 de fevereiro de 1964, Bebeto era o principal nome de um pacote que também teve Donizete, o Pantera, o zagueiro Gonçalves e o lateral Alberto (que atualmente é conhecido como Alberto Valentim e é treinador do Botafogo).
Gonçalves, Donizete e Bebeto: vieram apenas
para a disputa do Intercontinental, além de Alberto
Os jogadores, com um custo de R$ 200 mil de salário (alto para a época) vinham para tentar conquistar o inédito título pela Raposa. A Toca virou cena de treinamentos intensivos buscando entrosar os novos chegados ao elenco cruzeirense. Em pouco tempo, eles estariam no Japão para disputa da taça. E um detalhe: apesar de todo mundo falar que os reforços só haviam vindo para o jogo em Tóquio, os quatro respondiam que iriam ficar para a temporada de 1998.
No dia 2 de dezembro, no Estádio Nacional de Tóquio, no Japão, logo de cara uma surpresa: dos contratados, o técnico Nelsinho Batista havia só escalado três, já que Alberto estava no banco de reservas. O trio até foi importante durante a partida, pois algumas chances do Cruzeiro saíam de jogadas feitas por Pantera, Bebeto e Gonçalves. O campeão do mundo de 1994, inclusive, perdeu uma ótima chance em um lance de bola na área quando a partida ainda estava 0 a 0.
O atacante em ação na partida contra os alemães
Só que as falhas da defesa do Cruzeiro começaram a aparecer, principalmente por causa do desentrosamento. Em uma desatenção, um cruzamento da esquerda encontrou Dost sozinho, ele dominou e botou para as redes, abrindo o placar para o Dortmund. O primeiro tempo terminou com uma vantagem alemã que só não era maior porque Dida evitou mais gols.
Na etapa final, o Cruzeiro tentou pressionar, inclusive com um lance pela esquerda quase resultando em gol contra. Porém, já no finalzinho, uma roubada de bola de Paulo Sousa na lateral direita aurinegra gerou um cruzamento perfeito para Heinrich completar para as redes e desmantelar o sonho cruzeirense. Era o fim da carreira do quarteto no Cruzeiro e um detalhe: Alberto nem sequer jogou pelo time azul.
Vídeo da apresentação de Gonçalves, Donizete e Bebeto no Cruzeiro
Bebeto e os outros três jogadores não permaneceram na Raposa para a temporada seguinte, já que o clube não tinha condições de manter os atletas. Em 1998, ele foi ao Botafogo e jogaria a Copa do Mundo daquele ano, na França, como titular, depois do corte de Romário, sendo vice-campeão com a Seleção Brasileira. Ele seguiria a carreira até 2002, onde encerrou a carreira no Al-Itihad, da Arábia Saudita.
Mesmo sem o quarteto de reforços do Mundial, o Cruzeiro se recuperaria do desastroso final de 1997, conquistando o Mineiro e chegando às finais da Copa do Brasil e do Brasileirão de 1998, sendo derrotado, respectivamente, pelos excelentes times do Palmeiras e Corinthians.
Melhores momentos da partida, a única de Bebeto pela Raposa
Ficha Técnica
BORUSSIA DORTMUND 2 X 0 CRUZEIRO
Data: 2 de dezembro de 1997
Local: Estádio Nacional - Tóquio - Japão
Público: 46.953
Árbitro: José Gracía Aranda (España)
Gols
Borussia Dortmund: Zorc, aos 34' do primeiro tempo, e Herrlich, aos 40' do segundo tempo
Borussia Dortmund: Klos; Feiersinger, Reuter, Julio César e Zorc (Kirovski); Möller, Heinrich, Freund e Paulo Sousa; Herrlich e Chapuisat (Dechekover) - Técnico: Nevio Scala
Cruzeiro: Dida; Vitor, Joäo Carlos, Goncalves e Elivelton; Fabinho, Cleison, Roberto Palacios (Marcelo) e Ricardinho; Bebeto e Donizete - Técnico: Nelsinho Batista.
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