Por Victor de Andrade
Durante várias fases do futebol brasileiro, sempre houve um zagueiro que era quase unanimidade entre os torcedores, por ser um marcador implacável, mas sem abusar do jogo bruto, e com a bola no pé parecia mais um meio-campista. Entre a segunda metade dos anos 90 e os anos 2000, o nome que sempre era citado nas conversas sobre o esporte não era de um atleta tupiniquim e sim do paraguaio Gamarra.
Carlos Alberto Gamarra Pavón, nascido em Ypacaraí, no Paraguai, em 17 de fevereiro de 1971, foi profissionalizado no futebol pelo Cerro Porteño, em 1991. Em 1992, ele tem uma rápida passagem pelo Independiente, da Argentina, volta ao time paraguaio e em 1995 faz sua estreia no futebol brasileiro.
INTERNACIONAL
Fama de grande zagueiro por estas terras começa no Inter
Sem muito alarde, o Colorado traz o zagueiro paraguaio para a disputa do Brasileirão de 1995, bem na época onde o time do momento do Rio Grande do Sul era o Grêmio, que contava com os compatriotas Arce e Rivarola. Apesar de não ser uma das melhores fases do Inter, Gamarra se destaca e começa a ser reconhecido como um dos melhores zagueiros atuando no futebol brasileiro.
Com Gamarra em campo, o torcedor do Inter já sabia que na defesa estava segura. E assim, ele conquistou diversos prêmios individuais, sendo considerado o melhor zagueiro do Campeonato Brasileiro, na Bola de Prata da Revista Placar, nos anos de 1995 e 1996. Em 1997, ajuda o Inter a quebrar uma seqüência de dois títulos estaduais do rival e conquista o Gauchão daquele ano. Depois, ele é negociado com o Benfica.
CORINTHIANS
Provavelmente, teve o seu auge atuando pelo Corinthians
Depois de um semestre atuando no futebol português, o Corinthians, em parceria com o Banco Excel Econômico, contrata o zagueiro paraguaio no início de 1998, no plano de montar um super-time e Gamarra não decepcionou, pelo contrário! Jogando firme, conquistou a torcida do Timão, mesmo que em seu primeiro campeonato, o Paulistão, perdeu a final para o São Paulo.
O Jogador foi convocado para disputar a Copa do Mundo de 1998, disputada na França, e atinge, naquele momento, o auge na carreira. Passou as quatro partidas do Paraguai na Copa do Mundo sem sequer cometer uma falta, entrou na seleção do Mundial para muitos e a clássica cena dele com o braço enfaixado, contra a França, devido ao deslocamento do ombro, entrou para a história das Copas.
Voltando ao Corinthians, foi importantíssimo na conquista do Campeonato Brasileiro de 1998, onde novamente ganhou a Bola de Prata da Revista Placar, e no Paulista de 1999. Com vontade de vencer no futebol europeu, aceitou uma proposta do Atlético de Madrid e foi para a Espanha. Seu último jogo pelo Timão foi justamente a final do estadual, que ficou famosa pelas embaixadinhas do Edilson.
FLAMENGO
Gamarra atuando pelo Flamengo, contra o River Plate, pela Copa Mercosul
Depois de uma passagem pelo Atlético de Madrid não muito boa, contando até com o rebaixamento no Espanhol, Gamarra aceita entrar em mais um projeto de super-time no futebol brasileiro e foi contratado pelo Flamengo, para a disputa da Copa João Havelange de 2000, em parceria com a ISL, mas desta vez não deu muito certo. Nem tanto pelas atuações do zagueiro dentro de campo, mas sim pelas trapalhadas da diretoria do Flamengo. Em uma equipe com ele, Denilson, Alex e Petkovic, o Flamengo foi mal no segundo semestre de 2000 e o pior: atrasava o salário dos atletas.
Com problemas, para 2001, alguns atletas saíram e Gamarra até ficou. Em seu período no Rubro Negro, fez grande dupla de zaga com Juan, mas a administração do clube não ajudava. Mesmo assim, ganhou o Carioca e a Copa dos Campeões pelo clube em 2001, ajudando a equipe a se classificar para a Libertadores do ano seguinte. Porém, os constantes atrasos fizeram com que ele aceitasse uma proposta do AEK e partiu para a Grécia em 2002, onde foi convocado para a Copa do Mundo daquele ano. Podemos dizer que no Flamengo, Gamarra teve o seu desempenho mais baixo no futebol brasileiro, mesmo sendo muito longe de ter sido ruim.
PALMEIRAS
Atuando pelo Verdão, na Libertadores de 2006
Depois de jogar no AEK, Gamarra ficou três temporadas na Internazionale de Milão e no meio de 2005 aceitou um proposta de voltar para o futebol brasileiro, desta vez para jogar no Palmeiras. Com 34 anos, o zagueiro não tinha o mesmo vigor de antes, mas sua técnica refinada permanecia a mesma e o zagueiro fez um grande Campeonato Brasileiro naquele ano, ajudando o Verdão a conquista a vaga na Copa Libertadores e ganhando a sua quarta Bola de Prata da Revista Placar.
Em 2006, continuou fazendo boas atuações e foi para a sua terceira Copa seguida, que foi disputada no Paraguai. A sua seleção, não fez um bom torneio e, para piorar, em sua volta, mesmo ainda atuando bem pelo Verdão, foi dispensado devido ao alto salário. Com isto, Gamarra voltou ao futebol paraguaio e encerrou a carreira no Olímpia, em 2008.
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