A derrota honrada do Madureira contra o São Paulo na Copa do Brasil

Por Diely Espíndola

Apesar de ter feito uma boa partida, o Madureira não conseguiu segurar o São Paulo
(foto: GloboEsporte.com)

Madureira. Bairro clássico do subúrbio carioca, conhecido pelo seu imenso comércio popular, suas várias atrações, e berço das gigantes escolas de samba Império Serrano e Portela. E um bairro com tanta tradição não poderia deixar também de abrigar seu próprio clube de futebol.

O Madureira Esporte Clube pode não ter tantos torcedores cativos, mas certamente toma para si o carinho e a simpatia dos amantes de futebol criados pelo bairro homônimo e seus arredores, torcedores que poderiam ser rivais, mas que veem em clubes ditos menores um alvo de afeto e simpatia, como é tradicional de grande parte dos clubes de bairro.

Na noite de ontem, o Madura enfrentou o São Paulo em sua volta à Copa do Brasil depois de três anos. O chamado tricolor suburbano disputava com o tricolor paulista a classificação para a segunda fase da competição, ambos os times em busca do título inédito em suas histórias.

O Tricolor está na segunda fase da competição
(foto: Rubens Chiri / SPFC)

Por mais que a máxima “o futebol é uma caixinha de surpresas” se mostre válida e o resultado de um jogo só se dê como certo após o apito final, não podemos negar que em confrontos entre um time grande como o São Paulo, e o pequeno Madureira, existe um favoritismo explícito, e nesta partida não foi diferente. A vitória do clube do subúrbio carioca era o que poucos esperavam, mas que muitos torciam.

O Madureira passa por um início de ano conturbado. A temporada começou empolgando a torcida com a contratação de Souza, atacante de certo peso, e que já conquistou títulos importantes por outros clubes cariocas. Mas a aquisição do jogador não foi suficiente para que o clube começasse bem a temporada. Pelo campeonato carioca, das quatro partidas disputadas, o Madureira perdeu duas, e empatou as outras duas. Não bastasse, o até então técnico do clube PC Gusmão, pediu demissão às vésperas da partida, passando o comando da equipe para o técnico auxiliar, o ex goleiro Acácio.

Em meio à toda essa turbulência, o Tricolor Suburbano também abriu mão de fazer a partida em casa, e vendeu o mando de campo por R$ 500 mil, tendo sido o jogo transferido para o Estádio do Café, em Londrina. O fato pode ter mostrado um certo desinteresse por parte da diretoria do tricolor suburbano na competição, já que desistir de jogar em casa, apoiado por sua torcida, em uma partida decisiva, pode significar uma eliminação certa. E ela veio.

O Madureira não pôde jogar em Conselheiro Galvão

Apesar de toda essa turbulência, em campo o Madureira não entregou o jogo. Finalizando a partida com 50% da posse de bola, o Madura se mostrou aguerrido, raçudo, e deu trabalho ao São Paulo. Especialmente no segundo tempo, o goleiro do tricolor paulista, Sidão, precisou fazer grandes defesas para evitar o empate, já que o São Paulo já havia aberto o placar. O Madureira insistiu, levou perigo à área do São Paulo algumas vezes, mas infelizmente as finalizações não resultaram em gol.

O subúrbio carioca depositou nas mãos (e nos pés) do Madureira a esperança de ver mais uma vez, depois de muito tempo, um bairro em festa com seu clube em destaque no cenário nacional. Mas por mais que a vitória não tenha vindo, o orgulho do desempenho está aqui.

E o Madureira, este pode voltar pra casa de cabeça erguida.
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