Zetti no Palmeiras

Zetti bateu o recorde de minutos sem tomar gol atuando pelo Palmeiras

Armelindo Donizetti Quagliato, ou simplesmente Zetti, foi um dos grandes goleiros da história do futebol brasileiro. Ídolo no São Paulo FC, onde foi o 'paredão' do grande time que tinha Raí, Müller, Palhinha, Ronaldão, entre outros, que conquistou todos os títulos possíveis, o goleiro também defendeu o Santos, já no fim de carreira. Porém, antes da passagem vitoriosíssima pelo Tricolor, o arqueiro defendeu o Palmeiras.

Nascido em 10 de janeiro de 1965, na cidade de Porto Feliz, Zetti era de uma família de trabalhadores do campo, onde também exerceu atividade. Assim que mudou para Capivari, passou a praticar futebol na escola, onde se destacou como goleiro. O primeiro time de futebol em que jogou foi o Infantil do E.C. Lar de Jesus, com 14 anos, na época onde sempre andava com o documento na mão para provar a idade, já que era muito alto.

Em pouco tempo, passou para o Infantil do Capivarano. De lá foi levado por um amigo para o Guarani de Campinas, em 1980. Até que em 1983, aos 17 anos, Zetti foi para o Palmeiras. Na época o time tinha muitos goleiros e, dois meses depois, Zetti acabou emprestado ao Toledo, no Paraná, fazendo lá sua estreia como profissional. Seu excelente desempenho garantiu um lugar na seleção de juniores do Paraná, que venceu o campeonato brasileiro daquele ano.

Zetti foi considerado o melhor goleiro do estado e ainda guarda o troféu Corujinha de Ouro, com o qual foi premiado na ocasião. Voltou ao Palmeiras em 84, mas infelizmente não teve a oportunidade de jogar pelo time. Até que no ano seguinte foi emprestado novamente, dessa vez ao Londrina. Em 86, Zetti voltou ao Parque Antártica como terceiro goleiro.

Foram jogos e mais jogos na reserva, durante quase um ano e meio. Sua sorte começou a mudar quando o goleiro Martorelli foi expulso, e Zetti teve sua primeira chance com a camisa alviverde. Logo em seguida, o técnico Carbone foi demitido e, tanto o interino Minuca quando o sucessor, Valdemar Carabina, resolveram manter Zetti na posição. O Palmeiras, que vinha passando por uma grande crise, começou a engrenar, e Zetti foi crescendo com o time.

Depois da derrota por 1×0 em sua estreia como titular, contra o São Bento, Zetti começou uma emocionante sequência de 1.238 minutos sem sofrer gols. A imprensa acompanhou de perto o desempenho do goleiro. As manchetes dos jornais falavam do assunto toda semana. Todos queriam adivinhar quem furaria a “grande muralha branca”. Até que, 13 jogos depois, no dia 24 de maio de 87, Luís Pereira, do Santo André, fez a rede do Palmeiras finalmente balançar. Mesmo assim, o Palmeiras venceu o primeiro turno do Campeonato Paulista daquele ano.

No ano seguinte, em novembro, uma disputa de bola com Bebeto, em um Flamengo e Palmeiras (que ficou famoso pelo centroavante Gaúcho ter defendido duas penalidades) deflagrou uma sequência de acontecimentos que levaria à saída de Zetti do Verdão. Zetti quebrou a perna e ficou mais de 8 meses sem jogar. Quando voltou, a vaga de goleiro titular havia sido assumida por Velloso. Zetti não ficou satisfeito com a reserva. Depois de sua notável atuação no time, esperava voltar prontamente à posição de titular. Começou a ser escalado para jogar pelo time de aspirantes.

Percebendo o desperdício de tanto talento, alguns clubes grandes tentaram comprar seu passe, mas as negociações com a direção do Palmeiras acabavam emperradas. Até que, finalmente, Zetti conseguiu comprar seu próprio passe. Depois de uma passagem relâmpago pelo futebol europeu, Zetti se transferiu para o São Paulo Futebol Clube em 1990, com o passe emprestado por 10 meses. No Tricolor, fez sucesso, teve o passe comprado e entrou para a história do clube.
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