Por Lucas Paes
Washington e Assis marcaram época no Fluminense dos anos 80
O Fluminense é um dos times com mais história no futebol brasileiro, apesar do preconceito causado pelo envolvimento do clube em casos polêmicos extra-campo. Mas, nos anos 1980, muito antes disso, em uma década dominada no Brasil pelos cariocas, o Flu teve um dos maiores e mais charmosos ataques do futebol nacional: Washington e Assis.
Com inícios de carreira diferentes, a dupla de Assis e Washington começou a ficar famosa no Atlético Paranaense. Mesmo tendo atuado juntos no Internacional, foi apenas no futebol paranaense que veio o sucesso. Em 1982, foram os principais responsáveis por levar o Furacão ao título paranaense e até a semifinal do Brasileirão, onde a derrota para o Flamengo foi vendida de forma cara.
No ano seguinte, o Fluminense teria interesse em levar apenas Washington. O Furacão aceitava apenas negociar a dupla e isto acabou sendo um dos maiores lucros da história do Fluminense. A dupla ficaria para sempre na memória do Tricolor Carioca.
No Atlético Paranaense chamaram a atenção
Se Washignton era um matador nato, Assis era o atacante de habilidade que completava a equação de maneira perfeita. Como a asa faz o avião, como a brasa faz a fogueira, Washignton fazia Assis e vice-versa. Fossem Claudinho e Buchecha tricolores, os dois talvez virassem verso de música.
Se Washington era o artilheiro, Assis começou a virar carrasco no ano de 1983. Diante do Flamengo, na decisão do Carioca, ele fez o gol do título. Mesmo o insucesso no Brasileiro não desuniu a dupla, que caia nas graças da torcida. O apelido de "Casal 20" viria devido ao seriado Hart by Hart, que no Brasil tinha justamente o nome que virou alcunha e sinônimo de medo para os adversários.
No ano seguinte, veio o título do Brasileirão. Com uma verdadeira constelação de craques, que tinha, além do Casal 20, Romerito, Tato, Ricardo Gomes e o treinador Parreira, o Tricolor das Laranjeiras foi espetacular e com grande campanha acabou campeão, numa decisão diante do Vasco de Dinamite. No segundo semestre, veio outra conquista estadual diante do Flamengo, com o "carrasco" Assis decidindo de novo e entrando para sempre nos piores pesadelos flamenguistas.
Os dois, no Maracanã, meses antes de falecerem
A magia da Máquina Tricolor não acabou ali. Em 1985, apesar de uma campanha apenas mediana no Brasileirão, a equipe acabou campeã carioca pela terceira vez seguida. Desta vez a conquista veio diante de um triangular final entre tricolores, rubro-negros e o Bangú, vice-campeão brasileiro. A vitória diante do time de Moça Bonita é alvo de uma das maiores polêmicas da história, já que Wright ignorou pênalti claro em Cláudio Adão no finalzinho do jogo. O empate daria o título ao Bangú. A Taça, porém, foi para as Laranjeiras mais uma vez.
Pelo Tricolor Carioca, Assis e Washignton fizeram 179 gols, somando o total de ambos. O "Carrasco" deixou o clube em 1987, enquanto o "Artilheiro" ficou até 1989. Anos em que dentro e fora de campo, ambos mostraram lealdade ao torcedor tricolor e ao clube.
O sucesso do Casal 20 fez com que ambos chegassem a vestir a camisa da Seleção Brasileira. Washignton foi inclusive medalhista de ouro no Pan de 1987. Aquele time mágico do Fluzão teve muitos de seus atletas vestindo a amarelinha, além é claro de Romerito, destaque da Seleção Paraguaia.
Gols da dupla pelo Fluminense
O entrosamento do Casal 20 era tão forte que até suas mortes foram próximas, no ano de 2014. Em 25 de maio, Washignton sucumbiu as complicações da Esclerose Lateral Aminiótica, grave doença degenerativa. Cinco anos antes, Fluminense e Atlético Paranaense fizeram do confronto entre as duas equipes o Washignton Day, buscando ajudar o ídolo. Assis faleceu no dia 6 de Julho, devido à falência renal. A lenda ficará para sempre na memória de atleticanos e tricolores, privilegiados por verem a dupla no auge em seus clubes.
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