Em 1933, Palestra Italia goleava Corinthians por 8 a 0

Por Victor de Andrade

O time do Palestra em 1933 - Em pé: Junqueira, Valponi, Carneira, Tunga e Cambon
Sentados: Avelino, Gabardo, Nascimento, Romeu, Carazo e Imparato

Neste domingo, dia 5 de novembro, o Palmeiras enfrenta o Corinthians, em Itaquera, em jogo que pode encaminhar o futuro das duas equipes no Campeonato Brasileiro em relação ao título da competição. Porém, exatamente 84 anos atrás, o então Palestra Italia aplicava a maior goleada na história do Derby: 8 a 0.

Em 5 de novembro de 1933, o Palestra Italia recebia o Corinthians no Parque Antarctica. Era o início da era profissional no futebol paulista e este confronto já aflorava os ânimos, pois a rivalidade era grande. O Palestra era o atual campeão estadual, com 100% de aproveitamento, no último certame amador.

A partida era válida pela penúltima rodada do Campeonato Paulista e também pelo Rio-São Paulo (o primeiro da história). O Palestra liderava a competição com tranquilidade, enquanto o Corinthians não vivia um grande momento. Ao final do certame, o clube chegaria apenas à 4ª colocação no Paulistão (que, naquela edição, contava com apenas 8 times). e já havia sido goleado pelo antigo São Paulo FC (que era conhecido como o 'da Floresta') e pelo Santos, ambas as partidas por 6 a 0.

Os torcedores do Corinthians não esperavam que aquele prélio que estava por vir deixaria uma mancha eternizada na história do clube, ainda maior que as outras goleadas. Foram os 8 a 0. O Palestra aplicava a maior goleada já vista no clássico até hoje, e o Corinthians sofria a maior derrota de sua história.

Foto do jogo: Palestra dominou na goleada

O grande destaque da partida foi, sem dúvidas, Romeu Pellicciari, que já havia brilhado no Paulistão do ano anterior. Naquele jogo, Romeu teve a oportunidade de balançar as redes do rival nada menos do que quatro vezes – foi o primeiro jogador a assinalar quatro tentos em um único jogo entre Palmeiras e Corinthians.

Outro palestrino que viu sua estrela brilhar foi Gino Imparato, que teve a oportunidade de marcar três vezes no clássico. O futebol já estava no sangue do palestrino. Gino tinha dois irmãos que também brilharam no futebol e que, inclusive, tiveram passagens pelo próprio Palestra Italia antes dele. Seus irmãos Ernesto e Caetano ficaram conhecidos como “Imparato I” e “Imparato II” respectivamente. Logo, Gino, ficou marcado como “Imparato III”.

A partida ficou marcada também pela maneira como Palestra Italia pressionou o rival. As jogadas mais características do embate foram as triangulações de Lara, Gabardo e Avelino, que sempre levavam perigo à defesa corintiana.

A goleada coroou a grande conquista Alviverde, que tornou-se bi-campeão paulista (o primeiro da era profissional e ainda venceria em 1934, tornando-se tri) e também do Torneio Rio-São Paulo. Sem dúvida, uma era vitoriosa do atual Palmeiras.

Manchete do jornal A Gazeta no dia seguinte

Ficha Técnica
PALESTRA ITÁLIA 8 X 0 CORINTHIANS

Data: 5 de novembro de 1933
Local: Estádio Palestra Itália - São Paulo-SP
Árbtiro: Haroldo Dias da Mota (SP)

Gols
Palestra Itália: Romeu Pelliciari, aos 7' do primeiro tempo, 7', 30' e 40' do segundo tempo. Elísio Gabardo, aos 1', Gino Imparato aos 9', 35' e 40' do segundo tempo.

Palestra Italia: Nascimento; Carnera e Junqueira; Tunga, Dula e Tuffy; Avelino, Elísio Gabardo, Romeu Pelliciari, Lara e Gino Imparato - Técnico: Humberto Cabelli

Corinthians: Onça; Rossi e Bazani (Nascimento); Jango, Brancário e Carlos; Carlinhos, Baianinho, Zuza, Chola e Gallet - Técnico: Pedro Mazzulo
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